Temos a alegria de receber o Santo Padre, o Papa Bento XVI, no Brasil. Nos dias 9, 10 e 11, ele estará conosco em São Paulo, de onde falará para todos os brasileiros.
De Aparecida, nos dias 12 e 13, ele falará, de modo especial, a todos os latino-americanos e caribenhos, presidindo a Eucaristia e proferindo a palestra de abertura da V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe. Aguardamos com expectativa este momento de graça.
Achei estranho alguns comentários que ouvi circulando nos últimos dias. Eles expressavam a idéia de que para ir ao encontro do Papa, para vê-lo e ouvi-lo, seria preciso preencher uma série de exigências éticas, ou, em outras palavras, ser “santo”. É claro que isto não é verdade! O Papa vem ao encontro de todos!
Penso em Jesus Cristo. Ele, durante a sua vida pública, nos três últimos anos de sua existência terrena, foi ao encontro dos pecadores, sentou-se com eles para a refeição, com eles conviveu e ofereceu-lhes a graça de Deus, levando-os à conversão e tornando-os pessoas renovadas. Basta pensar no caso de Maria Madalena, de Zaqueu, de Mateus e de tantos outros que obtiveram dele não só a cura do corpo, mas também da alma. Como soa bem para o nosso coração a sua palavra dirigida a tantos: “Os teus pecados estão perdoados… vá em paz… não peques mais…”.
Recordo-me de duas palavras de Jesus Cristo: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra” (Jo 8, 7) e “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes” ( Mt 9, 12). Estas duas exortações são suficientes para mostrar que Deus “não deseja a morte do homem pecador, mas que ele se converta e viva”. A vida e a práxis de Jesus Cristo mostram que ele veio ao encontro dos pecadores: “Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” ( Mc 2,17). Ele veio para incluir a todos no Reino de Deus.
Ora, do mesmo modo que Jesus Cristo se aproximou pastoralmente dos pecadores, Sua Santidade o Papa Bento XVI vem ao encontro de todos, não só para abraçar as ovelhas que se encontram seguras no conforto da Igreja, mas também os filhos dispersos que, por algum motivo, se encontram afastados da comunidade eclesial.
A visita do Santo Padre é uma visita pastoral. Vem para confirmar na fé os filhos fiéis, estimulá-los na perseverança e no trabalho apostólico. Mas ele vem também para os filhos dispersos e dirigirá a eles, que são a imensa maioria, uma carinhosa exortação para que possam ir ao encontro de Jesus Cristo, através da Igreja. Mais do que falar, ele dar-lhes-á um grande abraço, para mostrar que Deus, nosso Pai, deseja abraçar a todos os seus filhos e filhas.
O Papa não vem só para os católicos. Encontrar-se-á também com líderes de outras religiões, num momento ecumênico. Ele vem ao encontro dos não cristãos e dos homens de boa vontade que desejam o bem nos seus corações. Como Pastor, ícone do Cristo Bom Pastor, ele vem ao encontro de todos, também daqueles que não pertencem ao “seu rebanho”.
Por isso, caro filho e querida filha, ninguém deve sentir-se excluído da visita do Papa. Nenhum de nós precisa sentir-se um intruso nas grandes celebrações. Todos somos convidados! Vamos todos ao encontro de Sua Santidade! Vamos a ele com a mesma liberdade daqueles que foram ao encontro de Jesus Cristo. Mais do que para ser visto e ouvido, ele vem para ver e ouvir. E quem sabe, se formos com o nosso coração aberto, este encontro poderá mudar para melhor a nossa vida.