Começa nesta quarta-feira, 9, no Vaticano, um congresso internacional que abordará o uso das células-tronco adultas na medicina. O título do encontro é “Adult Stem Cells, Science and the future of Man and Culture” (em tradução livre: Células-troco adultas, ciência e o futuro do homem e da cultura”).
O congresso, que será concluído nesta sexta-feira, 11, está sendo organizado pela Fundação norte-americana “Stem for life” e pelo Pontifício Conselho da Cultura com a finalidade de potencializar a pesquisa e tornar mais conhecidas ao grande público as terapias desenvolvidas com células-troco adultas.
Cerca de 350 cientistas, religiosos, políticos, educadores e representantes de indústrias do setor participarão do encontro.
Pesquisas com células-tronco adultas
A presidente da “Stem for Life Foundation” e administradora da Sociedade NeoStem, doutora Robin Smith, explica que existem dois tipos principais de células-tronco: embrionárias e adultas. Quando uma célula-tronco se divide, cada nova célula pode continuar a ser uma célula-tronco ou se desenvolver e se transformar num outro tipo de célula com uma função específica, como uma célula muscular ou cerebral.
“Estas células se encontram, por exemplo, na medula óssea, na corrente sanguínea, no fígado… Estas células oferecem uma fonte renovável de células e tecidos de reposição para tratar muitas doenças. A utilização de células-tronco adultas evita os dilemas éticos inerentes à utilização de células-tronco embrionárias”, ressaltou doutora Smith, durante uma coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira, 8, no Vaticano.
Para a cientista, a pesquisa e a terapia com células-tronco adultas permitem aprofundar o conhecimento científico e ao mesmo tempo proteger cada estado da existência.
Na coletiva de imprensa, Doutora Smith precisou que no mundo cerca de 12,7 milhões de pessoas sofrem de câncer, 346 milhões de doenças relacionadas ao diabetes e 583 milhões sofrem de doenças auto-imunes. Assim, para ela, as novas terapias com células-tronco adultas estão tendo sucesso nos casos de esclerose múltipla, e “num futuro não muito distante, poderemos utilizar para reconstruir tecidos danificados e reparar órgãos como o coração”.
Ciência e ética
O responsável pelo departamento de Ciência e Fé do Pontifício Conselho da Cultura, padre Tomasz Trafny, afirmou, durante a coletiva, que o congresso se propões a difundir os resultados das pesquisas médicas e será uma oportunidade para refletir sobre as perspectivas da ciência humana.
“Queremos destacar algumas questões importante e provocativas, como por exemplo se o juramento Hipocrático [juramento feito pelos médicos ao se formarem no qual se comprometem com a defesa da vida] deve ser alargado a todas as ciências da vida, não só para os médicos, mas também para todos os cientistas de laboratório que têm em mãos a capacidade de intervir em todas as fases da vida humana”, salienta padre Trafny.
Este encontro conta também com o apoio do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde e da Pontifícia Academia para a Vida.
Mais informações na reportagem de Danusa Rego
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