Declaração oficial

Vaticano manifesta preocupação com bispo desaparecido desde maio na China

Dom Pietro Shao Zhumin foi nomeado pelo Papa, mas não é reconhecido pelo governo de Pequim

Da Redação, com Agência Ecclesia

A Santa Sé manifestou nesta segunda-feira, 26, grande preocupação com a situação de Dom Pietro Shao Zhumin, bispo católico na China cujo paradeiro é desconhecido desde maio. O responsável pela diocese de Wenzhou foi nomeado pelo Papa, mas não é reconhecido pelo governo de Pequim.

“A Santa Sé segue com grave preocupação a situação pessoal de Dom Pietro Shao Zhumin, bispo de Wenzhou, afastado de forma forçada da sua sede episcopal há já algum tempo”, declara o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, no comunicado divulgado hoje. 

A declaração de Burke é uma resposta aos jornalistas que indagam sobre o caso deste bispo, convocado por membros do Departamento dos Assuntos Religiosos em 18 de maio. Desde então ele não foi mais visto. 

“A Santa Sé, profundamente entristecida por este e por outros episódios semelhantes, que infelizmente não facilitam o caminho de entendimento, deseja que Dom Pietro Shao Zhumin possa regressar quanto antes à diocese e que lhe seja garantido desenvolver serenamente o próprio ministério episcopal”, acrescenta a nota oficial.

Histórico

O regime de Pequim criou em 1957 a Associação Patriótica Católica (APC) para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

O Vaticano considera ‘ilegítimos’ os bispos que receberam jurisdição da APC, sem autorização do Papa, e a comunidade fiel à Santa Sé vive de forma clandestina.

A agência católica ‘AsiaNews’ adianta que há mais de 30 bispos “clandestinos” na China que não são reconhecidos por Pequim.

Em maio, o Papa dirigiu uma mensagem de “comunhão” aos católicos na China, por ocasião do dia anual de oração que a Igreja dedica a estas comunidades (24 de maio).

“Digo aos católicos chineses: levantemos o olhar para Maria, nossa Mãe, para que nos ajude a discernir a vontade de Deus a respeito do caminho concreto da Igreja na China e nos ajude a acolher com generosidade o seu projeto de amor”, declarou.

Francisco foi o primeiro Papa a sobrevoar o espaço chinês, em agosto de 2014, tendo nessa ocasião enviado duas mensagens ao presidente Xi Jinping, pedindo que Deus abençoasse o país asiático.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo