José Mayr-Nusser

Vaticano beatifica soldado que recusou-se a obedecer Adolf Hitler

José Mayr-Nusser, 34 anos, levantou a mão e pediu para falar, dizendo: “Comandante, não posso fazer este juramento ao Chefe (‘Führer’)”

Da redação, com Rádio Vaticano

O Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, o Cardeal Angelo Amato, beatifica neste sábado, 18, em Bolzano, José Mayr-Nusser, mártir do massacre nazista, esposo e pai, que morreu na prisão às vésperas da sua execução.

José Mayr-Nusser nasceu em 27 de dezembro de 1910, em Bolzano, norte da Itália. Desde a sua juventude, dispensava grande atenção aos pobres, tanto que se tornou membro das Conferências de São Vicente. Aderiu à Ação Católica italiana fortemente hostilizada pelo regime fascista.

Em 26 de maio de 1942, casou com Hildegard, uma colega de trabalho, com a qual teve um filho.

Obrigado a se recrutar no Exército Nazista, renunciou ao juramento que todos os recrutas deviam fazer: “Juro a ti, Adolf Hitler, Chefe e Chanceler do ‘III Reich’, fidelidade e coragem. Prometo solenemente a ti e aos superiores designados obediência até à morte. Que Deus me assista!”.

De fato, o jovem recruta, com a idade de 34 anos, levantou a mão e pediu para falar, dizendo: “Comandante, não posso fazer este juramento ao Chefe (‘Führer’)”. Por quê, replicou o Comandante. “Por motivos religiosos”, respondeu.

Na ocasião, José comentou com seus camaradas: “Se ninguém tiver coragem de dizer o que pensa contra as ideias nazistas, nada mudará”. Assim, foi preso, com outros prisioneiros, embarcado em um trem, com destino, primeiro a Konitz e depois a Dantzig, onde morreu de pneumonia no dia 24 de fevereiro de 1945; ele deveria ser transferido para o Campo de extermínio alemão de Dachau, onde estava prevista a sua fuzilação por alta traição.

Em 27 de setembro de 1944, na última carta à esposa, uma semana antes da eventual recusa de prestar juramento ao tirano Hitler, José escreveu: “Reze por mim, Hildelgard, para que, na hora da provação, eu possa agir sem medo e sem vacilar, assim como é meu dever diante de Deus e de minha consciência”.

A memória litúrgica do Bem-aventurado Josef será celebrada, pela primeira vez, no dia 3 de outubro.

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