Falando às representações diplomáticas, Dom Paglia demonstrou a participação fundamental da família para a construção do bem comum
Da redação, com Rádio Vaticano
O Vaticano realizou um Simpósio nesta semana para apresentar aos membros do corpo diplomático junto à Santa Sé e aos líderes de Ongs internacionais, a Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, “Amoris laetitia”, sobre o amor na família.
Estiveram presentes na explicação o presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vincenzo Paglia, e o observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, Dom Ivan Jurkovic.
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Falando às representações diplomáticas, Dom Paglia tratou de um pronunciamento voltado para demonstrar a participação fundamental da família para a construção do bem comum. “Se a família está mal, está mal toda a sociedade”, ressaltou.
A Amoris laetitia, segundo o bispo, é a síntese de um caminho sinodal que requer de todos uma “nova consciência” não somente em relação à família, mas também numa “nova imaginação da Igreja” que deve ser, ela mesma, familiar no acompanhar estes jovens rumo ao crescimento tendo “altos ideais”.
A universalidade da família e seu papel em todos os Estados nacionais foi reiterado também pelo observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu em Genebra, Dom Jurkovic. Ele recordou o trabalho da Igreja Católica na defesa da família natural, que é cada mais objeto de revisões de caráter ideológico nos tratados internacionais.
Alguns embaixadores apresentaram seu ponto de vista, muito diferente, mas num tom respeitoso. “Para nós, são novas bases para o diálogo, assim como o são para uma embaixada, para uma missão diplomática. São todas preciosas.”, destacou o bispo.
Dom Jurkovic ressaltou ainda que o documento sobre a família torna-se, portanto, instrumento de comparação nas sedes internacionais.
“As organizações internacionais não são entidades autônomas; são representantes de cada governo. Devemos fazer esse comparativo não somente mediante o diálogo entre Igreja e Estado em cada país, mas encontrar um diálogo concernente a matérias como o matrimônio sem associar-se a ninguém, promover uma linha que traga equilíbrio e clareza naquilo que é o conflito derivante da introdução destas novas tecnologias antropológicas que certamente são, em grande parte ou completamente, inaceitáveis para a Igreja Católica”.
“Nós, como estrutura diplomática da Santa Sé, temos esta vantagem de propor as ideias também em nome de muitos outros. Penso que isto seja muito apreciado, talvez também por outros Estados que não partilham totalmente a nossa posição, mas são próximos do ponto de vista da visão antropológica ou tradicional ou ‘natural’, como se diz”, ponderou Dom Jurkovic.