Comunicado emitido por diretora regional do órgão da ONU para a infância alerta para consequências dos crescentes ataques a estruturas na Ucrânia
Da Redação, com Vatican News
A segurança e a sobrevivência das crianças ucranianas estão ameaçadas. É o que informa um comunicado emitido pela diretora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a Europa e Ásia Central, Regina De Dominicis.
Os crescentes ataques a infraestruturas na Ucrânia têm restringido o acesso contínuo à água e ao aquecimento, relata a diretora. “Mais uma vez, enquanto o inverno continua a se fazer sentir, estamos testemunhando uma escalada de ataques às infraestruturas em toda a Ucrânia, com bombardeios particularmente incessantes no leste e no sul do país”, informa.
No último mês, segundo informações do Unicef, mais de 900 ataques aéreos foram registrados no intervalo de uma semana no país. “Esses ataques deixaram crianças feridas, desencadearam uma onda de medo e terror em comunidades já profundamente abaladas e deixaram milhões de crianças em toda a Ucrânia sem acesso contínuo à eletricidade, aquecimento e água, expondo-as a danos ainda mais graves à medida que as temperaturas despencam”, diz De Dominicis.
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Durante o inverno, as temperaturas da Ucrânia caem para cerca dos -20ºC, com ventos fortes e cortantes. “As crianças não podem suportar essas condições sem energia”, enfatiza a representante do Unicef. Além disso, os cortes de energia dificultam o fornecimento de serviços básicos de saúde, levando ao aumento dos casos de pneumonia, gripe sazonal e doenças transmitidas pela água.
Vítimas da guerra
O Unicef registra que, desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, cerca de 1.800 crianças foram mortas ou feridas. “Com a continuação dos ataques direcionados a áreas civis e infraestruturas, só podemos esperar mais crianças mortas e feridas”, alerta o comunicado.
Diante da situação, o Unicef tem fornecido geradores e outros equipamentos para ajudar o governo ucraniano a manter as instalações de abastecimento de água, aquecimento, saúde e educação. Em algumas áreas também estão sendo distribuídas roupas de inverno e há a tentativa de ajuda financeira às famílias.
De Dominicis sinaliza que os fundos precisam de ajuda, ainda mais considerando que o apelo para o inverno tem um déficit de financiamento de mais de US$ 34 milhões. “Em última análise, a menos que os ataques cessem e as regras da guerra sejam respeitadas, a crescente catástrofe humanitária continuará a se desenvolver, causando mais sofrimento inimaginável às crianças e às famílias”, conclui.