Número de mortos no naufrágio ao largo da Tunísia chegou a 53
Da redação, com Vatican News
Mães, com seus filhos. São a grande maioria dos migrantes que morreram no naufrágio ao largo da Tunísia. Seus cadáveres – 53 por enquanto, mas procura-se outros desaparecidos – foram recuperados pela Marinha da Tunísia logo depois do naufrágio. Uma tragédia do mar que chega no início do verão, período em que geralmente se multiplicam as saídas para a Europa. Estes migrantes tinham como meta o velho continente e todos eram provenientes da África Subsaariana. Entre as vítimas 25 são mulheres, das quais uma grávida, e três crianças.
Organização Internacional das Migrações
Por causa da constante diminuição da possibilidade de realizar salvamentos no mar – ressalta a Organização Internacional das Migrações – o risco de outras vítimas aumenta considerando também a situação econômica global e o impacto do coronavírus”. “Salvar vidas humanas – reitera a OIM – continua sendo a prioridade absoluta”. “Pelo menos 269 migrantes morreram ou desapareceram no Mediterrâneo em 2020, enquanto outros 20,5 mil conseguiram concluir a travessia entre o norte da África e o sul da Europa.
Para os Médicos Sem Fronteiras a única rota de fuga para as 1.500 pessoas presas nos centros de detenção líbios é o mar, enquanto que Save the Children pede à União Europeia que ative, o quanto antes, um mecanismo coordenado de resgate e proteção, criando rotas de acesso legal e seguro a partir de áreas de crise ou de trânsito. “Devemos assegurar que a proteção da vida humana – diz Raffaela Milano em nossa entrevista – esteja no centro das preocupações e escolhas dos governos”. Isto significa, antes de mais nada, considerar que a Líbia não é um porto seguro”.
No barco, o triplo da capacidade
As autoridades tunisinas encaminharam uma investigação para esclarecer a dinâmica do naufrágio. Foi estabelecido que a embarcação tinha capacidade para apenas 20 pessoas. Entre as vítimas, foi recuperado também o corpo de um tunisino de 48 anos que provavelmente estava no leme do barco no momento da tragédia.
As cidades do sul da Tunísia são os principais pontos de partida dos migrantes, principalmente dos países subsaarianos. Eles fogem da pobreza e dos conflitos e muitas vezes após experiências dramáticas em centros de detenção na Líbia.
De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, de janeiro até hoje as partidas da Tunísia para a Itália aumentaram 156% e o temor é de que possam aumentar significativamente durante o verão. Essas recorrentes tragédias tornaram o mar, berço da civilização ocidental, em um cemitério de migrantes e refugiados.