A Caritas Europa destaca, principalmente, o tráfico de crianças, alimentado pelo alto índice de refugiados que ingressam no continente europeu
Da redação, com Agência Ecclesia
A Cáritas Europa alertou, nesta quarta-feira, 8, para a “indiferença” da sociedade “que alimenta o tráfico de seres humanos”, no dia em que a Igreja Católica promove uma jornada de oração e reflexão sobre este problema.
O organismo católico classifica o tráfico humano como “uma tragédia global” que “afeta milhões de pessoas em todo o mundo e gera bilhões de euros a favor do crime organizado”.
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A instituição sublinha a incidência deste problema no Velho Continente e desafia os países da União Europeia a “ratificarem e implementarem a Convenção do Conselho da Europa de Ação Contra o Tráfico de Seres Humanos”.
Para a Cáritas Europa, os Estados-membros devem recorrer a todos os meios legais para combaterem as causas que estão “na raiz” do tráfico de pessoas.
A jornada de oração e reflexão que acontece nesta quarta-feira, 8, leva em conta, especialmente, as crianças vítimas de tráfico.
O especialista da Cáritas nesta área, Geneviève Colas, afirma que é essencial dar “atenção especial aos mais novos, já que são eles que mais sofrem, sobretudo em situações de conflito ou pós-conflito e de migração precária”.
“Frequentemente as crianças fogem de contextos limite nos seus países, cheias de esperanças e sonhos. Mas acabam por cair na escravatura laboral e sexual. Elas são espoliadas da sua infância e dignidade. As feridas psicológicas que daqui resultam são tremendamente profundas”, frisa a responsável.
A recente onda de refugiados que chega à Europa, motivada por situações de guerra e violência em países como a Síria, o Iraque e a Eritreia, tem favorecido o tráfico de crianças que muitas vezes chegam completamente sozinhas, sem a companhia dos seus pais ou familiares.
Em 2016, a Europol alertava que pelo menos 15 mil crianças refugiadas tinham caído na escravatura laboral e sexual, ou em situação de pobreza, devido à ação de redes criminosas.