O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, presidiu nesta terça-feira, 8, em Brasília, a abertura da 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil. O evento que segue até a próxima quinta-feira, 10, reúne cerca de 150 países-membros das Nações Unidas (ONU), representados por chefes de Estado e especialistas.
Ryder destacou que atualmente há cerca de 170 milhões de menores trabalhando no mundo. Segundo ele, essa exploração não será eliminada até que haja educação de qualidade para toda a população. "Devemos a todas as crianças um futuro sem violência, sem medo e sem exploração”, ressaltou.
"A erradicação do trabalho infantil exige o compromisso de todas as nações e só será possível com políticas claramente coordenadas e integradas e ações de todos os setores representados na conferência – governos, empregadores, trabalhadores e a sociedade civil", disse Ryder.
Segunda a presidente brasileira, Dilma Rousseff, que também participou da abertura da conferência, o crescimento econômico não deverá ser feito em detrimento de políticas sociais. "A situação da economia continua frágil e uma das demonstrações são os altos níveis de desemprego. Os efeitos disso tendem a recair sobre as crianças e os jovens, a quem nós devemos nossos maiores esforços de proteção", destacou.
Mesmo com a redução de aproximadamente um terço dos casos entre 2000 e 2012 – de 246 milhões para 168 milhões –, ainda há 85 milhões de crianças e adolescentes envolvidos em algum tipo de atividade perigosa. No Brasil, há mais de 1,4 milhão de crianças trabalhando, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012.
A conferência tem como objetivo analisar os progressos alcançados pelos países, especialmente em relação ao compromisso assumido, em 2010, na Conferência de Haia, de erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2016. No final do encontro, deverá ser adotado um documento chamado Carta de Brasília, com os resultados da conferência e os compromissos assumidos.