Acordo

Timor-Leste e Santa Sé assinarão concordata nesta sexta-feira

O acordo estabelece o quadro jurídico das relações entre o Timor-Leste e a Igreja Católica; dom Pietro Parolin é o enviado pelo Papa para representar a Santa Sé

Da redação, com Agência Ecclesia

Nesta sexta-feira, 14, a República Democrática de Timor-Leste e a Santa Sé vão assinar a Concordata, ou seja, o acordo que estabelece o quadro jurídico das relações entre o país lusófono e a Igreja Católica.

Em representação da Santa Sé, o tratado será assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, dom Pietro Parolin, que é o enviado especial do Papa Francisco às comemorações dos 500 anos de evangelização deste país lusófono.

Segundo o programa na internet de Timor-Leste, o cardeal italiano tem previstos encontros com o presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, com o presidente do Parlamento Nacional, Vicente Guterres, e será recebido pela Guarda de Honra no Palácio do Governo, em Dili, onde reunirá com o Primeiro-Ministro, Rui Maria de Araújo.

A assinatura da Concordata será seguida por uma conferência de imprensa e os sucessivos encontros entre o secretário de Estado do Vaticano e os representantes oficiais do povo timorense.

Igreja Católica e povo timorense

“A Igreja Católica, ao longo de 500 anos, prestou um grande apoio espiritual, humano e material ao povo timorense, tendo também contribuído de forma decisiva para o processo de libertação de Timor-Leste,” afirmou o primeiro-ministro timorense, salientando que o desejo de celebrar a Concordata começou a materializar-se, em 2006, com a criação de uma comissão para discutir os termos do acordo.

Rui Maria de Araújo destaca que a Igreja Católica continua a ser uma referência fundamental para a população pelo “empenho que continua a manifestar em apoiar os caminhos do desenvolvimento nacional”, sobretudo na área da educação. “Tudo isso justifica que o Timor-Leste seja o país com maior percentagem de população católica em todo o mundo”, assinala Rui Maria.

O responsável político recorda ainda que a ação da Igreja é reconhecida e valorizada na Constituição da República e que, durante a luta pela Independência, incentivou a resistência do povo e legitimou internacionalmente os propósitos da Resistência.

No dia 15 de agosto, o representante do Papa Francisco presidirá as Celebrações Eucarísticas dos 500 anos de evangelização de Timor-Leste em Tasi Tolu, Dili. O Papa, que antecipou as comemorações numa mensagem já divulgada, considerou “justo e oportuno que este acontecimento seja recordado adequadamente”.

“À Igreja Católica cabe a liberdade de anunciar o Evangelho em modo integral, até quando vai contracorrente, defendendo os valores que recebeu e aos quais deve permanecer fiel”, escreveu Francisco em uma alusão ao trabalho dos primeiros missionários de Timor-Leste, há 500 anos.

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