Medida ocorre apenas alguns dias após o assassinato do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense em Beirute
Da redação, com Reuters
Tanques militares israelenses foram vistos se concentrando ao norte de Israel, na fronteira entre Israel e Líbano, nesta segunda-feira, 30. A medida ocorre apenas alguns dias após o assassinato do líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo israelense em Beirute.
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O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, em seu primeiro discurso público desde que Israel assassinou Nasrallah no final da semana passada, disse que o movimento está pronto para confrontar qualquer invasão terrestre israelense no Líbano.
As forças israelenses desferiram vários golpes contra o Hezbollah em uma onda de ataques de duas semanas a alvos no Líbano que eliminou vários comandantes.
‘Nunca vimos uma guerra como esta’
Após três dias de ataques aéreos israelenses em sua aldeia no Líbano, Abbas Dalloul fugiu com sua família de 20 membros para a segurança na aldeia de Sayyedah Zeinab, no sul da Síria.
“Nós nunca vimos uma guerra como esta. Nós não vimos tanta destruição e bombardeio em 2006. Mas esta [guerra] é brutal nas aldeias vizinhas e em nossa aldeia e casas. As crianças estão em pânico nos últimos três dias”, disse.
Em Sayyedah Zeinab, várias organizações não governamentais (ONGs) estão trabalhando para fornecer suprimentos essenciais às famílias deslocadas, incluindo alimentos, cuidados médicos, leite e medicamentos. No entanto, a necessidade de suporte adicional continua crítica, disse o presidente do conselho da Al-Bouslah Charity, Hassan Nasser el-Din.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) na Síria disse nesta segunda-feira, 30, que um total de aproximadamente 100 mil pessoas (sírios e libaneses) podem ter cruzado do Líbano à Síria desde a escalada das hostilidades no Líbano.
‘Toda defesa desproporcional é imoral’, afirma o Papa
Em seu voo de volta a Roma, após deixar a Bélgica, o Papa Francisco condenou os ataques de Israel sobre o Líbano. Em entrevista coletiva aos jornalistas dentro do avião, o Bispo de Roma falou sobre o assunto.
“Quando há algo desproporcional, uma tendência dominadora que vai além da moralidade é evidente. Um país que, com suas forças, faz essas coisas — estou falando de qualquer país — que faz essas coisas de uma forma tão ‘superlativa’, essas são ações imorais. Mesmo na guerra, há moralidade a ser salvaguardada. A guerra é imoral, mas as regras da guerra indicam alguma moralidade. Mas quando isso não é respeitado, você pode ver — como dizemos na Argentina — o ‘sangue ruim’ dessas coisas”, disse Francisco.