Suécia, um dos principais mantenedores da Nicarágua, confirmou que deixará de ajudá-la economicamente, dada a política do país centro americano que defende a vida do nascituro proibindo todo tipo de aborto inclusive o mal chamado "terapêutico".
O ex-presidente do Banco Central da Nicarágua (BCN) e Ex-ministro da Fazenda, Mario Arana, assinalou que este recorte "é bastante desafortunado, porque este tipo de recursos é mais flexível e o que melhor convém ao país", porque decide no que vai investir o dinheiro em efetivo que recebe através do mecanismo de apoio orçamentário.
Por outro lado, o economista Néstor Avendaño, indicou que "é muito estranha a decisão do Governo da Suécia quando a Nicarágua veio demonstrando uma política econômica muito responsável, inclusive em um ano que se veio negociando um acordo econômico com o Fundo Monetário Internacional", mas que ainda está pendente de assinar-se. (Fonte: ACI)
Ajuda financeira estaria condicionada a posição pró-aborto
Comentário Osvaldo Luiz
A Suécia decidiu parar de ajudar 37 das 70 nações que recebiam seu apoio financeiro. O motivo seria concentrar suas ações em países africanos e da Europa Oriental.
Um dos países que deixaria de receber dinheiro sueco é a Nicarágua, na América Central. No ano passado a ajuda chegou a 26 milhões de dólares para o governo de Manágua.
Por si só, essa informação já seria lamentável, indicando menor solidariedade com países pobres. Porém, pode significar mais… A agência de notícias católica ACI, citando “fontes confiáveis”, afirma que o real motivo da interrupção da ajuda sueca seria a política nicaragüense em defesa à vida, contrária a qualquer tipo de aborto, até o chamado “terapêutico”. Segundo essas mesmas fontes, a intenção verdadeira do país europeu seria forçar uma nova discussão sobre o aborto na Nicarágua.
Caso essa informação se confirme, terá começado uma nova forma de se pressionar países em desenvolvimento a adotar uma política pró-interrupção da gravidez. Já tínhamos informação sobre chantagens assim praticadas por ONGs, mas vindas de países para mim é novidade.
O problema é que cresce internacionalmente a idéia de que a permissão de certos abortos traria benefícios à saúde da mulher, inibiria a gravidez precoce e indesejada, além de pretensamente controlar um crescimento populacional que alimentaria a pobreza. No final desse discurso, a defesa de que o aborto combate a pobreza. Então, os nicaragüenses, na visão dos que assim pensam, não estariam colaborando. “Esses ingratos Latino-americanos ganhando recursos sem fazer ’sua parte’ para superar a pobreza”!
O caso merece atenção e pode indicar uma tendência a atingir nossa região. As pressões são grandes. Os países tidos como desenvolvidos querem impor suas maneiras de pensar. Na Itália repercute o trágico engano que levou ao aborto de gêmeos. Um deles tinha síndrome de Down. A mãe resolveu retirá-lo. Os irmãos trocaram de lugar e os médicos abortaram o que não tinha a síndrome. Ao saber disso, a mãe voltou ao hospital para tirar o que restou. Será esse “progresso” que a Europa deseja para a América Latina?