Catequese

“Somente Deus sabe o que é realmente bom para nós”, diz Papa

No ciclo de catequeses sobre o discernimento, o Papa refletiu sobre o resultado das escolhas: o que conta é ter a confiança posta no Senhor

Da redação com Vatican News

Papa Francisco na Audiência Geral sobre o discernimento/ Foto: REUTERS/Remo Casilli

Nesta quarta-feira, 7, na Sala Paulo VI, o Papa Francisco continuou seu ciclo de catequeses sobre o discernimento. Desta vez, aprofundou sobre a temática do tempo, sabendo que se trata de um critério fundamental para reconhecer a voz de Deus em meio a tantas outras vozes. “Somente Ele é o senhor do tempo: é o selo de garantia da sua originalidade, que o diferencia das imitações que falam em seu nome, sem sucesso”.

O Pontífice refletiu que, na prática, quando uma decisão é tomada, na fase sucessiva faz-se necessário atenção aos sinais para ver se confirmam ou desmentem tal decisão. Alertou ser a paz um dos sinais que perduram no tempo. Se a decisão tiver sido tomada de forma correta, haverá harmonia, unidade, fervor e zelo.

“A decisão também está correta se sinto gratidão, se sinto ocupar o meu lugar na vida e, sobretudo, se me sinto livre em relação à decisão tomada. Isto é, se me sinto livre para mudá-la ou até mesmo renunciar a ela caso não corresponda à vontade do Senhor”.

Aos fiéis presentes, recordou que Deus procede dessa forma não para privar seus filhos de algo querido, mas para que possam viver com liberdade e sem apego. “Somente Deus sabe o que é realmente bom para nós”.

Dizendo sobre a possessividade, afirmou que ela é inimiga do bem e aniquila o afeto. Trouxe a imagem das violências domésticas e, com isso, disse que nascem sempre da pretensão de possuir o afeto do outro. “Mas o amor pressupõe liberdade. Por isso o Senhor nos criou livres, livres inclusive de dizer não a Ele”.

Confiar em Deus. Sempre!

O Santo Padre destacou ainda que parte de cada cristão oferecer a Deus aquilo que cada um tem de mais precioso, sabendo que a vida e a história de cada um permanecem nas mãos D’Ele.

Olhando para as Sagradas Escrituras, disse que se trata do temor de Deus descrito em diversas passagens. “É o respeito de Deus, condição indispensável para acolher o dom da Sabedoria. É o temor divino que afugenta todos os outros temores, todos os outros medos, porque está orientado para Aquele que é o Senhor de todas as coisas; na presença Dele, nada nos pode inquietar nem turvar”.

O homem livre, disse o Papa, abençoa o Senhor seja nas coisas boas, seja nas coisas nem tão boas.

“Reconhecer isso é fundamental para uma boa decisão e tranquiliza-nos sobre aquilo cujo controle ou previsão não está nas nossas mãos: a saúde, o futuro, os entes queridos, os nossos projetos. Aquilo que conta é ter a nossa confiança posta no Senhor do universo, que nos ama imensamente e sabe que podemos construir, com Ele, algo de maravilhoso, de eterno”.

Francisco finalizou a catequese encorajando todos a prosseguirem sempre buscando tomar decisões em oração, e sentindo o que acontece no coração, caminhando lentamente. “Coragem!”

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