Em coletiva de imprensa no Vaticano, Dom Bruno Forte afirmou que Sínodo não está dividido em partidos
Da redação, com Rádio Vaticano
Realizou-se no início da tarde desta segunda-feira, 5, na Sala de Imprensa da Santa Sé, a primeira de uma série de coletivas sobre o Sínodo, cujos trabalhos durarão três semanas.
Conduzida pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, a coletiva teve a participação de um presidente-delegado, Cardeal André Vingt-Trois; do relator-geral, Cardeal Peter Erdő; e do secretário especial, Dom Bruno Forte.
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Dom Forte afirmou que entre os bispos não há partidos, como defenderam alguns meios de comunicação. Segundo ele, o Sínodo reúne bispos pastores, “homens de fé que se colocam à escuta de Deus e diante das expectativas e dos desafios do povo.” “Isso nos une muito mais profundamente do que todas as nuanças e diferenças”, disse o bispo.
Finalidades do Sínodo
Ele destacou duas finalidades fundamentais do Sínodo sobre a família. A primeira é propor o Evangelho da família, como valor prioritário sobre o qual investir, mesmo numa época em que em tantas partes do mundo ela parece em crise. Por outro lado, a atitude pastoral de acompanhamento e de integração necessária para com todos, a começar pelas famílias ou pelas famílias em crise.
“Isso exige um estilo de grande parresia (coragem, audácia, firmeza, destemor, etc), de grande franqueza, inclusive no Sínodo, porque precisamos fazer-nos ressonância das esperanças e das dores de todas as famílias do mundo, mas também um sentido de profunda responsabilidade diante de Deus e dos homens”.
Para Dom Forte coragem, humildade e de oração confiante – como já disse o Papa – são as chaves para que o estilo do Sínodo seja fecundo. “Não fechar os olhos diante do nada; ter um sentido alto de responsabilidade diante de Deus e dos homens, das suas esperanças, de seus sofrimentos, viver uma profunda docilidade à ação do Espírito Santo, a partir de um estilo de oração, de humildade evangélica diante do Senhor e de coragem apostólica diante do mundo.”
Sínodo é tempo de oração, de reunião e de caminho
O Cardeal André Vingt-Trois assinalou que a assembleia sinodal é um tempo em que a Igreja está em oração, como se deu durante a Vigília de sábado passado e como durante a Missa de abertura.
O Sínodo, acrescentou o cardeal, é também um tempo em que a Igreja se reúne, como acontece hoje, em torno do Papa, em que se coloca junto, a caminho.
Em seguida, o cardeal francês ressaltou suas primeiras impressões sobre o Sínodo. “A primeira impressão muito forte, que tive na manhã de segunda-feira, foi ver, de modo excepcional, a grande diversidade dos participantes, a diversidade dos continentes representados, a diversidade de Igrejas – porque há representantes das Igrejas orientais e das Igrejas latinas –, a diversidade de experiências”.
Por fim, afirmou que os bispos estão abertos às realidades que as famílias vivem, partindo dos relatórios que obtivemos ao longo do ano, nas dioceses de todo o mundo.
Comunidades compostas por boas famílias
Referindo-se ao trabalho preparatório em vista da Relatio (relatório final da primeira assembleia sinodal), o relator-geral, Cardeal Peter Erdő, afirmou que emergiram duas grandes realidades:
“A primeira era a desconfiança global para com as instituições, não somente para com a instituição do matrimônio e da família, mas pelas instituições em geral. Outro fenômeno é a presença maciça e o papel fundamental das comunidades cristãs católicas compostas por boas famílias, que se ajudam reciprocamente, que já têm um papel importante em muitas paróquias, em muitos movimentos, inclusive na transmissão da fé”.
Para o cardeal Erdő, esse entrelaçamento de comunidades de famílias tornou-se mais claro, e constatou-se que a família mononuclear sozinha não basta para salvaguardar ou reforçar a solidariedade entre as gerações.
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