Orientações

Sínodo da Família: Vaticano apresenta Documento de Trabalho

Documento apresenta as orientações gerais para o trabalho dos bispos; casais de segunda união e abertura dos casais à vida estão entre as preocupações

Da Redação, com informações do Vaticano

Assembleia sinodal voltará a discutir questões sobre família / Foto: Arquivo

Assembleia sinodal voltará a discutir questões sobre família / Foto: Arquivo

O Vaticano apresentou, nesta terça-feira, 23, o Documento de Trabalho da 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos dedicada à família. O texto dividido em três partes retoma preocupações com a situação dos casais de segunda união e com a abertura dos casais à vida, além de discutir os desafios da família e sua missão no mundo de hoje.

O Documento de Trabalho é o ponto de referência durante toda a Assembleia, que será realizada de 4 a 25 de outubro próximo. Ele foi elaborado a partir das discussões da última assembleia sinodal e contou com a contribuição de dioceses, paróquias e fiéis em todo o mundo, que foram consultados sobre a temática familiar.

Uma das discussões aguardadas no Sínodo, desde a primeira etapa realizada em outubro do ano passado, é a situação dos casais divorciados. O documento apresentado hoje reafirma a indissolubilidade do matrimônio e não deixa de atentar sobre a necessidade de acompanhamento para os casais que chegaram à separação.

“Deve ser acolhido e valorizado, sobretudo, o sofrimento daqueles que sofreram injustamente a separação, o divórcio ou abandono, ou que têm sofrido maus tratos do cônjuge de forma a romper a convivência”, relata o texto.

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O documento trata também dos casos de nulidade e de segunda união. Reitera-se, com relação aos divorciados que se casaram novamente no âmbito civil, a necessidade de atenção, acompanhamento e reintegração na comunidade cristã, o que deve ser feito com discernimento.

Outra preocupação é com relação à abertura dos casais à vida, ou seja, sua abertura para ter filhos. “Não é difícil constatar a difusão de uma mentalidade que reduz a geração da vida a uma variável da projeção individual ou do casal”, refere o texto. O documento fala de fatores de ordem econômica, os quais, às vezes, são determinantes para a queda da taxa de natalidade.

“A abertura à vida é exigência intrínseca do amor conjugal (…) Foi salientado que é preciso continuar a divulgar os documentos do Magistério da Igreja que promovem a cultura da vida diante de uma cultura da morte cada vez mais difundida”.

Outros pontos

Não falta no documento uma reflexão sobre os desafios que as famílias enfrentam nos dias de hoje. Elenca-se, por exemplo, a questão da pobreza, da exclusão social, da terceira idade, da viuvez, do luto na família e das migrações.

Quando aborda a vocação da família, o texto ressalta pontos importantes como a dimensão missionária da família, a indissolubilidade do matrimônio e a relação entre a família e a vida da Igreja.

Na terceira e última parte do documento, o foco é para a missão da família hoje, incluindo a preparação ao matrimônio, o empenho sócio-político em favor da família e a necessidade de um acompanhamento eclesial à família.

Na apresentação do Documento de Trabalho, realizada em coletiva de imprensa no Vaticano, atenderam a imprensa o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri; o relator-geral da 14ª Assembleia Geral Ordinária, Cardeal Péter Erdő; e o secretário especial Dom Bruno Forte.

A próxima 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos terá como tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

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