Iniciativa surgiu do apelo de tantos membros das Caritas locais que desejam a paz para a Síria e região
Da Redação, com Rádio Vaticano
Cinco anos de guerra, milhares de vítimas, milhões de deslocados: este é o triste balanço da guerra na Síria, que continua a transtornar a população local. Diante deste cenário, a Caritas Internacional está se mobilizando para pôr um ponto final nesta guerra com uma campanha para os próximos doze meses, lançada agora em janeiro.
O secretário-geral da Caritas Internacional, Michel Roy, explica que a iniciativa surgiu do apelo crescente feito por membros das Caritas daquela Região – Síria, Iraque, Líbano, Jordânia e Turquia, que desejam a paz para seus povos.
“Eis porque a Caritas Internacional respondeu a esta urgência lançando uma Campanha de mobilização contra esta indiferença por parte dos governos, para que encontrem um meio sério e responsável para deter este conflito e intervenha em nível político”.
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Em sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2016, o Papa Francisco pediu para vencer a indiferença para se conquistar a paz. A indiferença, segundo Roy, existe por parte da opinião pública. “Quem fala, hoje, da guerra de Darfour, no Sudão, depois de doze anos? Ninguém!”.
Ele ressalta, porém, que a indiferença não é só da opinião pública, mas também dos interesses de Estado e das multinacionais. Isso porque o Oriente Médio é uma região rica e interessa àqueles que vendem armas; há ainda um grande interesse geopolítico.
Outro sentimento, além da indiferença, é a impotência de muita gente que não sabe como ajudar. Segundo Michel Roy, o que os cristãos podem fazer pelos sírios, através da Caritas, especialmente no Ano da Misericórdia, é rezar.
“Lembro o dia de oração pela Síria, promovido pelo Papa Francisco há dois anos. Tenho certeza que, para começar, temos que rezar, para que Deus nos ajude a encontrar o caminho justo para alcançar a paz. Outra coisa é pedir aos políticos e governos que se esforcem para trilhar o caminho da paz, sem se envolver na compra de armas. Depois, outro desafio para a comunidade internacional, é ajudar os refugiados, que contam oito milhões só no território da Síria. Nos países vizinhos, como Iraque, Jordânia, Turquia e Líbano, os refugiados são quatro milhões. Todas estas pessoas devem ser ajudadas, porque não podem sobreviver sozinhas”.