Lambert faleceu nesta quinta-feira, 11, no hospital de Reims, na França; a Pontifícia Academia para a Vida fala de uma derrota para a humanidade
Da redação, com Vatican News
O enfermeiro francês, Vincent Lambert, faleceu na manhã desta quinta-feira, 11, no hospital de Reims, no norte da França, onde se encontrava internado. Lambert completaria 43 anos em setembro próximo.
Desde o dia 2 de julho, há nove dias, lhe tinha sido suspensa a alimentação e hidratação após uma longa batalha legal. Vincent não se encontrava em fim de vida. Há mais de 10 anos encontrava-se em estado com consciência mínima – para alguns, em estado vegetativo –, após o acidente automobilístico que o deixou tetraplégico.
Tuíte do Pontífice
O Papa Francisco fez vários apelos sobre o caso. Nesta quarta-feira, 10, num tuíte, o Santo Padre escreveu: “Rezemos pelos enfermos que são esquecidos e abandonados à morte. Uma sociedade é humana se protege a vida, toda a vida, do início a seu fim natural, sem escolher quem é digno ou não para viver. Que os médicos sirvam à vida, não a tirem”.
Tuíte da Pontifícia Academia para a Vida
Nesta quinta-feira, 11, num tuíte, a Pontifícia Academia para a Vida afirmou: “Dom Paglia e toda a Pontifícia Academia para a Vida rezam pela família de Vincent Lambert, para os médicos, por todas as pessoas envolvidas neste caso. A morte de Vincent Lambert e sua história são uma derrota para a nossa humanidade”.
Declaração da Sala de Imprensa da Santa Sé
E na manhã desta quinta-feira, 11, o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, fez a seguinte declaração: “Recebemos com pesar a notícia da morte de Vincent Lambert. Rezamos a fim de que o Senhor o acolha em sua Casa e expressamos proximidade a seus entes queridos e a todos aqueles que, até o último momento, se empenharam em assisti-lo com amor e dedicação. Recordamos e reiteramos o que disse o Santo Padre, pronunciando-se sobre esse caso doloroso: Deus é o único dono da vida do início até o fim natural e é nosso dever protegê-la sempre e não ceder à cultura do descarte”.
Batalha legal
A suspensão da hidratação e alimentação autorizada em 2 de julho tinha sido determinada pelo Tribunal de Recursos que anulara a decisão do Tribunal de Apelação de prosseguir o tratamento à espera do parecer do Comitê da ONU para os Direitos das pessoas necessitadas de cuidados especiais.
De fato, o organismo das Nações Unidas tinha solicitado à França seis meses de tempo para examinar o caso. Jean e Viviane, seus pais, travaram uma árdua batalha legal para impedir que fossem interrompidas a alimentação e hidratação do filho, que o mantinham em vida.
A esposa Rachel e os médicos que tratavam dele tinham parecer contrário. Os médicos consideravam uma “insensata obstinação” mantê-lo em vida. Para outros houve uma “insensata obstinação” em fazê-lo morrer.