Representante da Santa Sé participou do debate aberto do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Oriente Médio
Da Redação, com Vatican News
A Santa Sé assegura à comunidade internacional o seu apoio a iniciativas voltadas ao progresso das “soluções negociadas” e o seu empenho pela paz. O encarregado de Negócios da Missão Permanente de Observação da Santa Sé na ONU, Monsenhor Frederik Hansen, fez uma intervenção no debate aberto do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação do Oriente Médio, realizado em 21 e 22 de janeiro.
O fio condutor das palavras de Monsenhor Hansen foi o recente discurso do Papa Francisco ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, no qual o Papa renovou a sua preocupação por esta região do mundo, de onde, desde o início do ano, chegam notícias preocupantes. Em particular, a referência era à tensão entre Irã e Estados Unidos bem como à crise no Iraque e Líbano, com o risco de “criar as bases dum conflito de mais vasta escala que todos – afirmava – quereríamos poder esconjurar”.
É, portanto, de “máxima importância”, disse Monsenhor Hansen, que estes desafios sejam enfrentados com abordagem holística, bem como o empenho da comunidade internacional na frente de um diálogo aberto e construtivo, baseado sobre os princípios sobre os quais as Nações Unidas se construíram há 75 anos.
Monsenhor Hansen também evidenciou que a Santa Sé e o Papa continuam a manter uma particular atenção à Cidade Santa de Jerusalém, “à sua vocação de cidade de paz”. Destacou, então, o apelo a manter o status quo dos lugares santos de Jerusalém, estimado tanto por judeus, quanto por cristãos e muçulmanos, e importantes para o patrimônio cultural de toda a família humana.
A urgência de que toda a comunidade internacional confirme o seu empenho em apoiar o processo de paz israelense-palestino foi evidenciado com força pelo Papa no discurso ao corpo diplomático. E o secretário geral no relatório de dezembro dizia que a triste alternativa é que a situação é destinada a piorar constantemente, “diminuindo ainda mais a viabilidade da solução a dois Estados baseadas nas linhas de 1967”.
A toda a região, poderia-se aplicar o que o Papa Francisco recentemente afirmou com relação a Israel e à Palestina. E em todo o mundo, no limiar do 75º aniversário da ONU, onde tantas pessoas estão em dificuldade e esperam paz, segurança e prosperidade.
Síria e Yemen
O olhar do Papa dirigiu-se também à Síria. É preciso combater “a cortina de silêncio que corre o risco de encobrir a guerra que devastou a Síria durante a última década”, pedia o Papa, exortando a encontrar soluções adequadas para permitir ao amado povo sírio reencontrar a paz e a reconstrução.
Monsenhor Hansen lembrou, por fim, que também preocupa o Papa a indiferença pelo conflito no Yemen, que está sofrendo uma das crises humanitárias mais graves da história recente.