Em Assembleia na ONU, Dom Gallagher pediu que governantes não insistam em guerra e desistam das ameaças nucleares
Da redação, com Boletim da Santa Sé
O Secretário do Vaticano para Relação com Estados, Dom Paul Gallagher, em discurso nesta segunda-feira, 25, durante a 72ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, pediu que os governantes mundiais se esforcem mais para evitar as guerras, protejam a dignidade humana e lutem por um mundo livre das ameaças nucleares.
“Colocar as pessoas em primeiro lugar significa proteger, em todos os estágios e quaisquer circunstâncias, a dignidade da pessoa, os direitos humanos e as liberdades fundamentais, e de uma maneira mais específica, os direitos pela vida e pela liberdade religiosa em que todos os outros direitos também vivem, que são portanto os pilares da paz e segurança integral do desenvolvimento humano”, disse Dom Gallagher em seu discurso.
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O arcebispo foi ainda mais específico ao citar regiões que têm vivenciado conflitos, tais como a África, o Oriente Médio e a Venezuela. Para Dom Gallagher, os civis devem ser protegidos durante a guerra e os direitos dos migrantes e refugiados devem ser respeitados.
“A Santa Sé está particularmente preocupada com as divisões políticas e instabilidades na Venezuela com suas crises humanitárias. E também com a complexa situação política e as tensões diplomáticas na Península Arábica, além da violência junto às várias situações humanitárias no Oriente Médio que precisam ser direcionadas adequadamente pela comunidade internacional”, explicou o arcebispo.
O tráfico de drogas também chama a atenção do Vaticano e do Santo Padre. Em seu discurso, Dom Gallagher citou uma reflexão do Papa Francisco a esse respeito. “Nesta mesma linha, quero citar outro tipo de conflitualidade, nem sempre assim explicitada, mas que inclui silenciosamente a morte de milhões de pessoas. Muitas das nossas sociedades vivem um tipo diferente de guerra com o fenômeno do narcotráfico”, afirmou o Papa em discurso na sede da ONU em setembro de 2015, durante sua viagem aos Estados Unidos.
Ao final do discurso, Dom Gallagher mencionou a assinatura da Santa Sé no Tratado para a Proibição das Armas Nucleares, destacando que esta é uma importante contribuição para a não-proliferação e o desarmamento nuclear.