O Observador permanente da Santa Sé na ONU defende que a Comunidade internacional deve fazer tudo o que pode para pôr fim a estes crimes hediondos
Rádio Vaticano
“O uso de civis como armas de guerra representa o pior do comportamento humano”. A declaração é do Observador permanente da Santa Sé na ONU, Arcebispo Bernardito Auza, e foi proferida no contexto do Debate Aberto sobre a Proteção de Civis em conflitos armados promovido pelo Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira,19.
Dom Auza recordou que todos os relatórios e estudos sobre este tema realizados nos últimos seis meses, em particular o Relatório do Secretário-Geral sobre a Proteção de Civis em Conflitos Armados, de forma unânime afirmam que ainda estão em aumento os ataques deliberados e indiscriminados contra civis. “As consequências estão aí para o mundo inteiro ver”, advertiu.
Diante deste panorama, ao denunciar as violações das leis humanitárias internacionais, o Observador afirmou que “ninguém pode permanecer indiferente” a esta tragédia em curso. “Precisamos agir com urgência!”, exclamou, antes de enumerar algumas proposições para deter o avanço de tais desumanidades.
Sugestões
“Primeiro, esta atrocidade tem que ser denunciada por todos, sem exceção, nos mais veementes termos; segundo, a Comunidade internacional deve fazer tudo o que pode para pôr fim a estes crimes hediondos, inclusive a legitimação do uso da força para deter atrocidades em massa e crimes de guerra; terceiro, as ferramentas a disposição deste Conselho e da Comunidade internacional para proteger civis em conflitos armados e julgar os culpados devem ser reiteradas e reforças quando se fizer necessário; quarto, a Comunidade internacional e os Estados devem querer e estar prontos para usarem estas ferramentas, quinto, os responsáveis devem ser responsabilizados; sexto, populações civis vítimas de atrocidades em massa e crimes de guerra merecem toda a ajuda que nós podemos e devemos dar”.
Por fim, ao recordar as recentes palavras do Papa que deram voz às vítimas da guerra, durante o discurso ao Corpo Diplomático em 11 de janeiro, Dom Auza expressou a profunda gratidão da delegação da Santa Sé aos países, comunidades e indivíduos que estendem as mãos da solidariedade e da fraternidade em meio a tanto sofrimento humano.