Coluna

"Rezem por mim": padre recorda primeiras palavras de Francisco

No artigo desta semana, padre Joãozinho reflete sobre as primeiras palavras do Papa Francisco em sua primeira aparição pública. Confira o texto:

"Rezem por mim": padre recorda primeiras palavras de FranciscoVocê reconhece a grandeza de uma pessoa quando ela é capaz de pedir ajuda. A autossuficiência nos torna medíocres. O orgulhoso pensa que sabe tudo e por isso não tem abertura para aprender mais nada. Admira nos outros apenas aquilo que confirma seus saberes adquiridos. A humildade, ao contrário, é o princípio da sabedoria.

Corações “mansos e humildes” fazem perguntas e procuram aprender coisas novas com o outro. Crescem a cada encontro.

A primeira mensagem do Papa Francisco no twitter  foi no dia 17 de março de 2013. Ele não deu uma lição, não fez um sermão e nem ofereceu uma bênção. Simplesmente agradeceu de todo coração e pediu: “continuem a rezar por mim”.

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Na verdade esta mensagem foi um eco da sua primeira aparição ao povo, na janela do Vaticano, logo após sua eleição pelo conclave. Quem não se lembra daquele dia 13 de março. O mundo inteiro esperava ansioso a fumaça branca que anunciaria a escolha do novo papa. Você recorda aquelas palavras ditas por Jorge Bergóglio tiradas diretamente do seu coração? Vale a pena lembrar e refletir sobre cada uma delas:

“Irmãos e irmãs, boa noite. Vocês sabem que o dever de um conclave é dar um bispo a Roma. Parece que os meus irmãos cardeais foram buscar-me quase até ao fim do mundo. Mas aqui estamos. Agradeço a vossa hospitalidade. A comunidade diocesana de Roma já tem o seu bispo. Obrigado.

Em primeiro lugar, peço uma oração pelo nosso Papa emérito, Bento XVI. Oremos por ele, para que o Senhor o abençoe e a Virgem o proteja. [Em seguida, o Papa reza um Pai Nosso e uma Ave Maria com os fiéis reunidos na Praça de S. Pedro.]

E agora, vamos começar esta jornada: o bispo e o povo. É o caminho da Igreja de Roma, que preside à caridade em todas as igrejas. Um caminho de fraternidade, amor e confiança entre nós.
Vamos rezar por nós, de um para o outro. Oremos para o mundo, porque há uma grande irmandade. Espero que este caminho da Igreja – que hoje começa e em que serei ajudado pelo cardeal vigário, aqui ao meu lado – seja frutífero para a evangelização desta cidade tão bonita.

E agora gostaria de dar a bênção, mas primeiro quero pedir-vos um favor. Antes de o bispo benzer o povo, peço que rezem ao Senhor para que me abençoe: a oração do povo, pedindo a bênção do seu bispo. Façamos esta oração em silêncio. […]

Agora, vou abençoar-vos e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade. Agora vos deixo. Obrigado por tamanha hospitalidade. Ver-nos-emos em breve. Amanhã vou rezar a Nossa Senhora para que proteja Roma. Boa noite e bom descanso.”

A primeira mensagem do Papa Francisco foi uma convocação à oração fraterna. A “cultura do encontro” de que ele tanto falaria depois, começa com a prece. Jesus nos deixou esta recomendação de modo até radical: “Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem” (Mt 5,44). Esta é uma sugestão muito prática e concreta que nos ensina o caminho para administrar os conflitos de todos os dias. Quem não têm situações complicadas em sua família, no mundo do trabalho e no círculo de amigos? As coisas começam a mudar quando recordamos alguém em nossa oração.

Certa ocasião alguém me ensinou uma oração que jamais esqueci: o “Terço dos Amigos”. Você reza normalmente contemplando os mistérios. Apenas coloca o nome de uma pessoa em cada ave-maria. Outro modo é escolher cinco pessoas e em cada mistério de dez ave-marias colocar o nome da pessoa dez vezes. Gosto até de mudar um pouco a segunda parte da ave-maria, rezando assim: “Santa Maria, mãe de Deus, rogai pelo Papa Francisco que eu rogo também!”

Se você for rezar deste modo somente peço que não esqueça do meu nome em uma das ave-marias.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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