Muitas das vítimas, mostra o documento, pertencem a comunidades cristãs, constantemente perseguidas pelo grupo extremista
Da redação, com Rádio Vaticano
Um relatório das Nações Unidas divulgado nesta terça-feira, 18, revela que a violência provocada pelo EI (Estado Islâmico) no Iraque provocou a morte de 18.802 civis e deixou outros 36.245 feridos entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de outubro de 2015. Muitas das vítimas, mostra o documento, pertencem a comunidades cristãs, constantemente perseguidas pelo grupo extremista.
“A violência sofrida por civis no Iraque permanece impressionante. O então chamado Estado Islâmico continua a cometer violência e abusos dos direitos humanos internacionais de forma sistemática e generalizada. Esses atos podem, em alguns casos, ser caracterizados como crimes de guerra, crimes contra a humanidade e possivelmente genocídio “, afirma o relatório.
Entre as vítimas, líderes religiosos
O documento reforça que, no período, a maioria das vítimas do Estado Islâmico se opôs à ideologia e às regras do grupo. Além de líderes religiosos, a lista inclui pessoas ligadas ao governo e profissionais – como médicos, juízes e jornalistas.
Outro alvo do Estado Islâmico, revela o relatório, tem sido as crianças, que acabam sendo treinadas, educadas e levadas à linha de frente para o combate. “O EI continuou a submeter mulheres e crianças à violência sexual, particularmente como escravas sexuais”, descreve também o documento.
Famílias cristãs
Há diversos exemplos de atrocidades realizadas pelo Estado Islâmico contra cristãos relatados pelas Nações Unidas. Em uma ocasião, um membro de uma comunidade cristã em Bagdá foi capturado em sua casa e morto, embora sua família tenha pago pelo resgate. O seu corpo, entretanto, foi encontrado depois.
O corpo de um outro cristão foi achada na região de Garage al-Amana, no leste de Bagdá. Além disso, há registros de residências queimadas que pertencem a membros da comunidade cristã. O documento cita que o grupo destruiu, por exemplo, oito casas de famílias cristãs em Hamdaniya, norte de Mossul, e explodiu ainda outras em Hay al-Arabi, também no norte de Mossul.