Pastoral Carcerária

"Que não falte a nenhum encarcerado a presença de um cristão"

A Pastoral Carcerária atua em diversos presídios pelo país. O trabalho consiste em levar esperança e anunciar Jesus Cristo. Em entrevista à Canção Nova, Padre Fábio Nogueira, diretor espiritual da Pastoral Carcerária de Queluz (SP), explica qual o objetivo das atividades da pastoral e como os presidiários devem ter seus direitos primários respeitados.

noticias.cancaonova.com Como é o trabalho da Pastoral Carcerária?

Padre Fábio Nogueira – É ser presença junto a Cristo que está encarcerado: "Estive preso e vieste me visitar". Nós olhamos em cada irmão encarcerado o Cristo, e Cristo deve ser respeitado na sua dignidade e nos seus direitos. Que não falte a nenhum encarcerado a presença de um cristão.  

noticias.cancaonova.com É possível a recuperação destas detentas através do trabalho da Pastoral Carcerária?

Padre Fábio Nogueira – Eu acredito, pois acredito em Cristo, em primeiro lugar. A Palavra que me chama muita atenção, presente no livro do profeta Isaías e no livro do Apocalipse, é "Eis que faço novas todas as coisas". Então, para Cristo não existe caso perdido, situação perdida, porque Ele faz novas todas as coisas. Nós seguimos os seus passos e Ele mesmo nos chamou para estarmos juntos dos excluídos, e esses irmãos, essas irmãs que estão nos presídios, de alguma forma, em algum momento, foram excluídos da sociedade. Quando vemos o crescimento do número de pessoas encarceradas, é para pensarmos: "Será que eles são totalmente errados ou é a estrutura da nossa sociedade que está errada, ao ponto de termos as cadeias superlotadas e em condições desumanas?".

Tenho acompanhado algumas cadeias e visto a situação de grave desumanidade. Aqui, em Queluz, nós temos o apoio do delegado e da carceragem da cadeia, e podemos fazer um trabalho, estar junto das presidiárias, mas em tantas situações a Pastoral Carcerária não pode estar junto e, infelizmente, acontecem muitos abusos e, em vez de ser um local de recuperação, a cadeia se torna um lugar onde as pessoas são violentadas em seus direitos primários de comida, liberdade, saúde e não são respeitadas. A Pastoral Carcerária aqui na Diocese de Lorena, e em todo país, busca ser a presença de Cristo. Não importa o que essa irmã, esse irmão fez, são nossas irmãs, nossos irmãos e devem ter seus direitos plenamente respeitados.

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