Esperança

Que 2017 seja ano da mudança para a Síria, espera cardeal

Núncio apostólico na Síria, Dom Zenari fala de esperança em 2017: “Esperamos que 2017 marque realmente o ano da mudança”

Da Redação, com Rádio Vaticano 

Síria sofre com a guerra civil há mais de cinco anos / Foto: Arquivo-ONU

Síria sofre com a guerra civil há mais de cinco anos / Foto: Arquivo-ONU

Na Síria permanece frágil a trégua alcançada em 30 de dezembro, graças à mediação da Rússia e Turquia com o aval do Iran, excetuando-se, no entanto, a guerra contra o Estado Islâmico. Caças russos e turcos continuam a bombardear as bases jihadistas em território sírio. Também a aviação do presidente Bashar Al-Assa bombardeia bases islamistas no norte de Damasco, área excluída do cessar-fogo.

Mesmo neste contexto, se olha com esperança para as conversações de paz que serão realizadas no Cazaquistão, no máximo dentro de um mês. O Núncio Apostólico na Síria, Cardeal Mario Zenari, comenta a situação vivida no país. Ele diz que gostaria que essa trégua representasse uma reviravolta e que é um sinal de certa esperança. 

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“Naturalmente é necessário também andar com muita, muita cautela, porque a trégua – como se sabe – não diz respeito a todos os grupos armados. E depois se viu, justamente nas primeiras horas do ano novo, na vizinha Turquia, este ato de terrorismo. Portanto, é necessário caminhar ainda muito, muito cautelosamente. Porém eu diria que as pessoas têm respirado com certo alívio. É importante também que a esperança não seja sepultada”.

O cardeal exorta a manter viva a esperança e ser prudente, pois em alguns lugares ainda há combates e bombardeios. Em Damasco, por exemplo, não há água corrente há uma semana e falta eletricidade em grande parte da cidade, conta Dom Zenari, 

“Respira-se com certo alívio em Aleppo. Também as nossas comunidades estão vivendo estas festividades natalícias com um cero clima de serenidade que não existia há anos. Existe este clima de confiança e de otimismo, mesmo que – repito novamente – seja necessário ter muita cautela”.

Sobre o papel da comunidade internacional nesse processo de paz, Dom Zenari destacou que nos últimos seis anos houve divisão nesse âmbito, em especial no seio do Conselho de Segurança, e que isso não ajudará a encontrar o caminho da paz. 

“Esperamos que 2017 marque realmente o ano da mudança. Naturalmente, há muito a ser feito, mas importante é que cesse a violência. É tempo de curar as feridas profundas – feridas muito profundas! – quer do ponto de vista físico, mas diria também – e sobretudo – as feridas muito profundas na alma e no espírito. É necessário colocar a mão e curar todas estas várias feridas”.

O cardeal disse que as comunidades cristãs, nesses dias de Natal, alimentam a esperança com a oração, indicando o caminho da reconciliação. “Naturalmente o caminho é ainda muito longo e diria que é uma subida. Porém, se vê algum sinal de esperança para o futuro. E desejamos que, com a ajuda de Deus e da Comunidade internacional, estas sementes de esperança possam crescer e que possamos ver o quanto antes frutos de reconciliação e de paz”.

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