Putin e Zelensky se pronunciaram nesta quinta-feira, 21, sobre os ataques com mísseis realizados pelos países desde início da semana
Da Redação, com Reuters
Poucos dias após a guerra entre Ucrânia e Rússia completar mil dias de duração, os presidentes de ambos os países se manifestaram sobre uma escalada do conflito a nível global.
Nesta quinta-feira, 21, a Força Aérea da Ucrânia denunciou o lançamento de um míssil balístico intercontinental pela Rússia. Pouco tempo depois, o presidente russo, Vladimir Putin, comentou que instalações militares foram atacadas nas regiões de Bryansk e Kursk, na terça-feira, 19, e na quinta-feira, 21.
Ele destacou que os mísseis lançados pela Ucrânia são de fabricação estadunidense e britânica, e afirmou, diante disso, que “o conflito regional na Ucrânia provocado pelo Ocidente adquiriu elementos de natureza global”.
Putin informou ainda que os ataques sofridos não influenciam no curso da guerra e que, como resposta à ofensiva ucraniana com armamento produzido por outros países, a Rússia lançou um ataque combinado a uma das instalações do complexo da indústria de defesa ucraniana.
Putin dá detalhes sobre ataque
Durante o ataque, citou o presidente da Rússia, foi testado um novo sistema de mísseis de médio alcance – no caso, um míssil balístico em equipamento hipersônico não nuclear chamado Oreshnik. Ele destacou que o teste foi uma resposta “às ações agressivas dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia”.
“A questão da implantação futura de mísseis de médio e curto alcance será decidida por nós, dependendo das ações dos Estados Unidos e seus satélites”, acrescentou Putin. “Nós nos consideramos no direito de usar nossas armas contra instalações militares dos países que permitem que suas armas sejam usadas contra nossas instalações. E no caso de uma escalada de ações agressivas, responderemos de forma igualmente decisiva e simétrica”, sinalizou.
Zelensky reage a pronunciamento russo
Após o pronunciamento de Putin, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reagiu com uma publicação na rede social X. Ele escreve que o líder russo “admitiu ter dado um segundo passo neste ano para intensificar e expandir esta guerra”, citando o recrutamento de 11 mil soldados da Coreia do Norte para o conflito.
Zelensky observa ainda que o ataque em Dnipro, uma das maiores cidades do país, “é uma escalada clara e grave na escala e brutalidade desta guerra” e “uma violação cínica da Carta das Nações Unidas”.
O presidente da Ucrânia acusa ainda que “o uso de um míssil balístico contra a Ucrânia é mais uma prova de que a Rússia não tem interesse na paz”. Na conclusão do texto, ele indica a necessidade de uma reação dura dos outros países, e escreve: “Vale a pena lutar pela paz verdadeira. Ação é necessária”.
Santa Sé comenta andamento do conflito
Nesta sexta-feira, 22, o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, também comentou a situação. O cardeal sublinhou que, “certamente, esta situação atual, estes desenvolvimentos são muito, muito preocupantes, porque não se sabe onde poderiam levar” e reiterou a apreensão da Santa Sé por uma possível escalada no conflito.