Começa na próxima quinta-feira, 14, o Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio em Roma. Uma ocasião de debate e reflexão sobre os problemas dos cristãos naquela região do mundo.
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São sete as igrejas que vão participar da Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio. A Igreja Latina, a Maronita, a melquita, siríocatólica, católica-copta, católica armênia e caldéia. Igrejas que nascem no Oriente Médio e agora se encontram em todo o mundo em meio a desafios e esperanças.
Em 15 dias, os padres sinodais terão de lidar com todos os problemas do Oriente Médio, a começar do Iraque, Egito, Chipre, Turquia, Israel e Territórios Ocupados. É um imenso mundo, uma realidade geo-política, extremamente complexa e diversificada.
Realidades, culturas e ritos diversos, ligados a uma única raiz: "Todas as Igrejas Católicas do Oriente Médio, assim como cada comunidade cristã no mundo, datam do início da Igreja Cristã de Jerusalém, unidos pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes …" O Instrumentum Laboris do Sínodo também fala da maravilhosa trama de evangelização contada pelos Atos dos Apóstolos.
Frei Frédéric Manns, da Studium Biblicum Franciscanum, em Jerusalém, recoda que "a Igreja nasceu aqui no dia de Pentecostes". "Primeiro, precisamos lembrar que Pentecostes é uma festa judaica, a festa de Shavuot. Os profetas anunciaram uma nova aliança: 'Eu vos darei um coração novo. Colocarei em vos um espírito novo e conhecerão a Deus. E esta nova aliança anunciada pelos profetas encontra a sua realização no dia de Pentecostes, porque Deus dá a seu povo um novo espírito é o espírito que vem sobre os apóstolos e que transforma a comunidade primitiva, que estava amedrontada, que tinha medo dos hebreus, que estava fechada no Cenáculo… a transforma num povo que não tem mais medo de anunciar Cristo morto e ressuscitou a todos", explica.
A vida da Igreja tem "desenvolvido ao longo dos séculos seus três pilares: fé, rito e comunhão. Cada um em suas diferentes tradições e culturas. Por que a beleza de cada igreja está em sua comunhão e diversidade de expressão.
"Desde o início, a Igreja respeita os diferentes estilos e respeita as diferentes culturas, isso é muito importante. Ela nunca colocou todas juntas, não… unidade não significa uniformidade. A unidade é estar de acordo sobre o essencial, estar de acordo sobre o Kerigma. Tentamos manter a identidade cristã em meio ao povo judeu, entre os povos muçulmanos, onde somos dispersos porque somos uma pequena igreja, em diáspora, ainda que sejamos sempre o coração do cristianismo. Se mantivermos esta mensagem, acho que nada está perdido. Permanece a esperança para nós", ressaltou Frei Frédéric Manns.
De Roma partirão os novos rumos para o cristianismo na Terra Santa. As principais instituições da Igreja Católica aqui: a Custódia Franciscana, o Patriarcado Latino e a Nunciatura Apostólica pedem aos fiéis do mundo inteiro para que rezem pelo bom êxito da Assembléia, que será decisiva na vida dos cristãos que hoje vivem no Oriente Médio.
É necessário, portanto, reforçar a comunhão em todos os níveis: dentro de cada Igreja Católica Oriental, entre todas as Igrejas Católicas e com as outras Igrejas cristãs. Ao mesmo tempo, fortificar o testemunho aos judeus, muçulmanos e outros crentes ou não crentes. E é no meio desta desafios religiosos e culturais, entre guerras e conflitos, que os cristãos vivem há mais de 2.000 anos.
"O próprio Jesus disse: 'Não temais pequeno rebalho'. Não é a quantidade que importa é a qualidade, é manter a 'identidade cristã', apresentando Jesus, presente no único mandamento do amor, amar a Deus com todo seu coração e com toda tua alma e com toda sua força…", concluiu Frei Frédéric Manns.
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