Os bispos sinodais apontam a preparação matrimonial como uma das chaves das propostas que serão apresentadas ao Papa Francisco
Da redação, com Agência Ecclesia
O cardeal Wilfrid Napier, arcebispo de Durban (África do Sul) e presidente-delegado do Sínodo dos Bispos, apontou nesta terça-feira, 20, a preparação para o Matrimônio como uma das “chaves” das propostas que a assembleia vai fazer ao Papa, no próximo sábado.
A esta preocupação, soma-se a do acompanhamento que deve ocorror após a celebração do matrimônio, em particular nos primeiros anos, contando com a ajuda de católicos que possam “adotar um jovem casal” e ajudá-los a superar as dificuldades.
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O cardeal sul-africano elogiou a “fidelidade à doutrina” que guiou os trabalhos e falou num sentimento de otimismo, estimulado também pela liderança do Papa.
Segundo Dom Wilfrid Napier, Francisco atendeu às preocupações que foram manifestadas desde a reunião extraordinária do último ano, incluindo na carta dos 13 cardeais, no início da assembleia geral ordinária.
O delegado do Sínodo voltou a referir que os trabalhos estavam a ser “levados numa certa direção” em 2014, o que desapareceu este ano, dado que foi possível “trabalhar juntos nos vários temas, como uma equipe”.
A reflexão em curso, acrescentou, faz “parte do processo que começou no Conclave de 2013, quando os cardeais sublinhavam a necessidade de reforma da Igreja”, que exige os “bons fundamentos” da família.
Durante a coletiva de imprensa promovida pela Santa Sé, para abordar o andamento dos trabalhos sinodais, foram apresentadas várias observações sobre a reforma dos processos de nulidade matrimonial.
O cardeal Lluís Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona (Espanha) e perito em Direito Canônico, entende que a reforma promovida pelo Papa “harmoniza plenamente a fidelidade à indissolubilidade e a misericórdia da Igreja”, porque “agiliza o processo”, “soluciona muitos problemas de consciência” e permite que estas pessoas possam recomeçar suas vidas”.
O chamado processo “breve” passará sempre para o processo ordinário caso não seja possível chegar à verdade “objetiva e imediata”.
Qualquer separação tem consequências negativas, conforme destacou o cardeal Lluís Martínez Sistach. A este respeito, o arcebispo de Barcelona insistiu na preparação para o casamento, desde a adolescência, bem como a preparação “próxima e imediata”, que muitas vezes se confronta com a falta de formação religiosa e o afastamento da Igreja, por parte dos noivos.
O cardeal Alberto Suárez Inda, arcebispo de Morelia (México), disse por sua vez que os bispos têm uma maior responsabilidade por assumirem um papel de “juízes misericordiosos”.
O encontro com os jornalistas abordou outras questões específicas, como as migrações ou a coabitação antes do matrimônio.
“Que este Sínodo dê uma grande ênfase às Igrejas locais, para que estas assegurem que há cada vez mais casamentos muito bons, com o ensinamento sobre o Sacramento e o que a Igreja espera do Matrimônio”, pediu o cardeal Wilfrid Napier.