Reciclagem, iluminação pública e mobilidade urbana deverão guiar a participação de prefeitos no encontro
Da redação, com Rádio Vaticano
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, é um dos sete prefeitos brasileiros de um total de 40 prefeitos do mundo inteiro que são aguardados no Vaticano. Eles participam, a convite da Pontifícia Academia das Ciências, de um encontro sobre “Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas”, a partir desta segunda-feira, 20.
Reciclagem, iluminação pública e mobilidade urbana deverão guiar a participação de prefeitos no encontro.
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Fernando Haddad deverá defender durante o encontro uma “visão mais ousada” que a prefeitura paulista estaria aplicando no processo de transformação da matriz de mobilidade da cidade.
“Em Roma, é quase 1 carro para cada habitante, em São Paulo há 1 carro para 2 habitantes. Ou seja, daqui a pouco não vai haver espaço para que as pessoas possam se deslocar. A não ser que a matriz da mobilidade seja totalmente alterada. Isso tem um custo político, isso tem um custo social. Mas é absolutamente imprescindível nós conseguirmos planejar o futuro com um pouco mais de ousadia. Não manter um padrão que nós sabemos, insustentável”, afirmou o prefeito de São Paulo.
Haddad disse ter recebido com surpresa o convite do Vaticano e saudou a iniciativa do Papa em promover um debate de questões tão “palpitantes e urgentes”.
“É inusitado. Todos nós fomos surpreendidos positivamente pelo convite. Penso que o Papa Francisco demonstra uma sensibilidade e uma capacidade de ser vincular a temas da maior relevância, da maior atualidade e, à maneira dele, ele está colocando na agenda política dos Países e das cidades temas incontornáveis”, disse.
Para Haddad, não se pode mais fingir que não há pobres e que o meio ambiente não está sendo degradado. “Se não cuidarmos dessas metrópoles hoje, com espaço de convívio, interação e produção de cultura, de política, de artes, de conhecimento, de bens e serviços – mas temos que fazê-lo de forma sustentável – todos nós acabaremos prejudicados”.
Neste sentido, o prefeito paulista destacou que o Papa demonstra uma capacidade de previsão “muito impressionante”. “Esse reforço, para nós que estamos no dia a dia das cidades, trabalhando em prol delas, quase espiritual, de inspirar de mobilizar almas e corações para um projeto urbano mais digno da existência não poderia vir em melhor hora”, concluiu.