Os cristãos têm de se mobilizar contra a mentalidade machista, defendendo e promovendo a dignidade da mulher, explica o porta-voz vaticano.
O padre Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Informação da Santa Sé, consagrou ao gênio feminino o último editorial de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano, do qual também é diretor.
"Obrigado a você, mulher, pelo próprio fato de ser mulher! Com a percepção que é própria de sua feminilidade, enriquece a compreensão do mundo e contribui com a verdade plena das relações humanas", afirma o sacerdote, citando a Carta às mulheres formulada por João Paulo II em 1995.
O padre Lombardi evocou desta forma o discurso que Bento XVI dirigiu ao congresso internacional "Mulher e homem, a totalidade do humanum", celebrado em Roma de 7 a 9 de fevereiro: "A relação homem-mulher em sua respectiva especificidade, reciprocidade e complementariedade constitui, sem dúvida, um ponto central da questão antropológica, tão decisiva na cultura contemporânea".
"O Papa – recorda o porta-voz – constata que quando o homem ou a mulher pretende ser autônomo, e totalmente auto-suficiente, corre o risco de fechar-se em uma auto-realização que o encerra em uma solidão opressora".
"Por isso é importante que se dê uma reflexão para que os progressos da ciência e as atuais sensibilidades culturais sejam integrados com a perspectiva do desígnio de Deus, que criou o ser humano homem e mulher", opinou.
"Contra a mentalidade machista, os cristãos têm de promover uma cultura que reconheça à mulher, no direito e com os fatos, a dignidade que lhe compete, que lhe permita colaborar na construção da sociedade, valorizando o que João Paulo II definia como seu típico gênio feminino. Esta tarefa segue perante nós, na Igreja e no mundo", conclui.