Estados Unidos

Popularidade de Obama enfrenta novo teste em estreia na ONU

O presidente dos EUA, Barack Obama, faz nesta quarta-feira sua estreia na ONU, onde deve conclamar os líderes mundiais a arcarem com mais responsabilidades no confronto aos desafios globais.

O discurso na Assembleia Geral marca uma mudança no tom da diplomacia dos EUA em relação ao unilateralismo que caracterizava o governo do seu antecessor George W. Bush. Apesar dessa mudança de tom, no entanto, Obama acumula poucos feitos tangíveis na sua política externa nos últimos oito meses.

De acordo com o texto de seu discurso divulgado de antemão à imprensa, Obama insistirá que os demais países precisão cumprir obrigações assumidas.

"Isso não pode ser somente uma empreitada norte-americana", diz o discurso de Obama.

Embora sua popularidade global praticamente assegure uma recepção calorosa na ONU, a plateia estará repleta de personalidades que ilustram problemas do passado e perigos do futuro para os EUA — como os presidentes Mahmoud Ahmadinejad (Irã), Muammar Khadaffi (Líbia) e Robert Mugabe (Zimbábue).

Mas a passagem de Obama sob os holofotes da ONU lhe garantirá pelo menos um breve alívio dos problemas domésticos, onde sua popularidade despencou em meio ao acirrado debate sobre a reforma da saúde.

Anfitrião da cúpula desta semana do G20 em Pittsburgh, Obama deve defender uma maior cooperação internacional para a recuperação econômica e o combate ao aquecimento global.

No discurso, ele deve apresentar suas prioridades de política externa, o que inclui a guerras do Afeganistão, o processo de paz no Oriente Médio e o combate aos programas nucleares de Irã e Coreia do Norte. São assuntos em que Washington tem conseguido poucos avanços, mas ele insistirá que os EUA não podem fazer tudo sozinhos.

"Aqueles de nós que costumavam recriminar a América por agir sozinha no mundo não podem agora ficar de lado e esperar que a América resolva sozinha os problemas do mundo", dirá Obama.

"Temos buscado — com palavras e ações — uma nova era de envolvimento com o mundo. Agora é a hora de todos nós assumirmos a nossa responsabilidade por uma reação global aos desafios globais", dirá Obama. "Se formos honestos conosco, precisamos admitir que não estamos cumprindo essa responsabilidade."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará o discurso de abertura da Assembleia da ONU, tradicionalmente de responsabilidade do Brasil.

Depois de Obama, a tribuna da ONU será ocupada por Kadafi, que também discursa pela primeira vez na entidade. A fala dele pode provocar reações inflamadas nos EUA, onde parentes de vítimas do atentado aéreo de 1988 em Lockerbie se queixam da recente libertação pela Escócia de um líbio condenado por envolvimento naquele crime.

Ainda na quarta-feira, Ahmadinejad deve fazer o contraponto mais incisivo ao pronunciamento de Obama.

Teerã retomará em outubro as negociações com as potências mundiais para suspender seu programa de enriquecimento nuclear. No entanto, recentemente Ahmadinejad repetiu que a República Islâmica jamais abandonará seu programa nuclear, e voltou a dizer que o Holocausto foi uma mentira, o que levou a Alemanha a ameaçar abandonar o plenário da Assembleia Geral caso ele repita isso mais uma vez no seu discurso.

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