O terremoto que atingiu o nordeste do Japão nesta sexta-feira, 11, foi o mais violento dos últimos anos e para o Núncio Apostólico no país, Dom Alberto Bottari de Castello, este foi, sem dúvida, o pior evento que ele presenciou desde sua chegada ao país na década de 1960.
“Desde quando estou aqui em Tóquio jamais vivi uma experiência similar. O primeiro tremor foi muito intenso, depois esperamos o segundo tremor que veio 50 minutos depois. Aqui na cidade ouvimos a sirene, os helicópteros que passavam e depois tudo se acalmou e a vida agora está voltando a normalidade”, narra o Núncio Apostólico no Japão.
O epicentro do terremoto foi registrado no mar a 130 km ao leste de Sendai, numa profundidade de 24 km. Segundo um balanço parcial, o terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter, gerou um tsunami que provocou a morte de centenas de pessoas.
Equipes de resgaste trabalham incessantemente desde os primeiros minutos e a população do Japão está em alerta agora para o risco ocasionado pelo tsunami. "Aquilo que dá mais medo agora é justamente a onda do tsunami que começa já a entrar no interior. Da televisão se via a violência dele em Sendai. É uma onda enorme que está levando consigo destroços, embarcações e carros. É realmente um desastre terrível”, conta Dom Castello.
O Núncio diz que aos poucos a Igreja no Japão está se organizando para atender, especialmente, a diocese de Sendai, região que fica a 200 km ao norte da capital e que foi a mais atingida.
Dom Castello conta que viu os pássaros voarem para longe alguns minutos antes do incidente e, em seguida, os prédios começaram a tremer. “É impressionante os edifícios se manteram de pé! Nessas situações se compreende realmente qual é a dimensão do homem diante da natureza. Agradeço ao Senhor porque o país, preparado neste ponto de vista, conseguiu construir casas que aguentam esses impactos”, salienta.
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