ESTUDO

População mundial tem cerca de 300 milhões de migrantes, diz relatório

Segundo documento publicado pelo Centro de Pesquisa e Estudos Idos, tendência é que fluxos migratórios sigam evoluindo ao redor do planeta

Da Redação, com Vatican News

Acampamento de migrantes na Grécia / Foto: Julie Ricard via Unsplash

O Centro de Pesquisa e Estudos Idos apresentou, nesta terça-feira, 29, um relatório sobre as migrações em todo o mundo. Segundo o documento, em 2023, aproximadamente 300 milhões de pessoas residiam em um país diferente de onde nasceu (3,6% da população global) enquanto 183 milhões possuem efetivamente uma cidadania estrangeira (2,3% do total).

Entre outros aspectos, o estudo destaca a tendência dos fluxos migratórios seguirem em evolução. Segundo o relatório, até 2050, a população mundial aumentará de 8,1 para 9,7 mil bilhões de habitantes, com um aumento de aproximadamente 859 milhões de pessoas em idade ativa. Contudo, esse crescimento se dará de forma desigual, com um declínio da força de trabalho nos países desenvolvidos e um aumento nos países em desenvolvimento.

O Centro Idos também destaca que as guerras presentes em todo o mundo incidem diretamente sobre o número de migrantes forçados, que aumentou dramaticamente e passou de 20 milhões em 2000 para 120 milhões em maio de 2024. Além disso, existem 7,7 milhões de pessoas deslocadas internamente devido a desastres ambientais, não computados entre os migrantes forçados.

Migrações na Europa

Voltando o olhar para a Europa, a União Europeia registrou, em 2023, mais de 385 mil entradas irregulares, enquanto, em agosto de 2024, já eram mais de 95 mil. As rotas mais usadas continuam a ser o Mediterrâneo Central (42,2%) e os Balcãs Ocidentais (25,7%), embora em relação a 2022 tenham diminuído as chegadas desta última rota (-31,3%) e aumentadas as provenientes do Mediterrâneo Central (+54,1%), Oriental (+57,9%) e da África Ocidental (+156,6%), que se tornou a rota mais letal do mundo, com 6.618 mortes em 2023.

“É um dado conhecido”, afirma a investigadora Maria Paola Nanni, “quanto mais as rotas são bloqueadas e tornadas inseguras, mais cresce o número de mortes e de pessoas que não conseguem completar a viagem. Temos dados a respeito, mas estão subestimados, ou seja, contabilizam apenas as mortes e desaparecimentos dos quais se conseguiu ter vestígios”.

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