Na capital paulista, uma oficina corre contra o tempo para confeccionar, nos mínimos detalhes, o material litúrgico que será utilizado pelo Papa Bento XVI na missa de canonização de Frei Galvão Aqui a arte é sagrada. Uma história contada por Luiz Carrara que, aos 76 anos, mostra com orgulho os objetos por ele restaurados.
A Oficina, que recebe a visita de personalidades como cardeais, fundadores e artistas católicos, presenteou João Paulo II em 1980. Na Exortação Apostólica Sacramento de Caridade, Bento XVI orienta que haja maior atenção durante a distribuição da comunhão nas grandes celebrações. Por isso, aqui estão sendo confeccionados os vasos sagrados que serão usados pelo Papa e as 600 âmbulas para a missa do dia 11 de maio em que Frei Galvão será canonizado.
É prevista a participação de 2 milhões de fiéis. O processo delicado inicia pelas mãos de Antonio, que corta a chapa na máquina do século passado. A segunda etapa é de responsabilidade de Gilberto que dá forma ao latão. Chega o momento do polimento e do banho de ouro, no qual o objeto ganha “nobreza”, conforme as instruções da Igreja católica. No processo final, um toque de modernidade. Um acrílico é colocado com inscrições que são feitas a laser.
Tradição passada de geração para geração. O cálice e a patena banhados em ouro já estão prontos, como também o cibório com o qual o Santo Padre distribuirá a eucaristia entre os 50 fiéis. Além disso, outros 26 cálices para os bispos que receberão a comunhão nas duas espécies, já foram fabricados. Uma curiosidade é que as âmbulas foram inspiradas em um modelo adotado pela Comunidade Católica Canção Nova.
Foram inspiradas nas âmbulas do Centro de Evangelização usadas nos acampamentos de oração. O trabalho artístico está quase terminando, sem prazo para entrega. Das 600 âmbulas, 450 já estão prontas e quem não conseguir avistar bem de perto… os utensílios sacros estarão expostos no mosteiro da Luz em SP.