MENSAGEM

Papa: tarefa de religiões é promover visões de paz a partir da fraternidade

Francisco enviou mensagem a participantes de Encontro Internacional de Oração pela Paz promovido pela Comunidade de Santo Egídio em Paris

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Abertura do Encontro Internacional de Oração pela Paz aconteceu no domingo, 22 / Foto: Comunidade de Santo Egídio

Nesta terça-feira, 24, a Santa Sé divulgou uma mensagem do Papa Francisco aos participantes do Encontro Internacional de Oração pela Paz. O evento é organizado pela Comunidade de Santo Egídio e realizado em Paris, entre os dias 22 e 24 de setembro.

Após saudar os presentes, o Pontífice recorda no texto a primeira edição do encontro, realizada em 1986. Desde aquela época, observa, muitos eventos marcaram a história do mundo, provocando alterações. “Estamos no meio de uma ‘mudança de era’ cujas perspectivas ainda não conhecemos”, expressa.

Diante disso, o Santo Padre reconhece o esforço da Comunidade de Santo Egídio em manter vivo o “Espírito de Assis”, descrevendo-o como “ uma bênção para o mundo, para este nosso mundo que ainda hoje está dilacerado por demasiadas guerras, por demasiada violência” e indicando que ele “deve soprar ainda mais fortemente nas velas do diálogo e da amizade entre os povos”.

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Na sequência, Francisco exprime a urgência em rezar pela paz frente ao risco de que os numerosos conflitos, ao invés de cessarem, se expandam perigosamente. Recordando que as religiões foram usadas no passado para alimentar conflitos e guerras, o Papa manifesta seu desejo de “que este encontro estimule todos os crentes a redescobrirem a sua vocação para fazer crescer a fraternidade entre os povos de hoje”.

“Artesãos da paz”

Neste contexto, o Pontífice relembra o Documento sobre a Fraternidade Humana, assinado junto ao Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb em fevereiro de 2019: “as religiões nunca incitam a guerra e não encorajam sentimentos de ódio, hostilidade, extremismo, nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue. Estas catástrofes são o resultado do desvio dos ensinamentos religiosos, do uso político das religiões e também das interpretações de grupos de homens religiosos que abusaram – em algumas fases da história – da influência do sentimento religioso nos corações dos homens”.

A tarefa urgente das religiões é promover visões de paz a partir das experiências de força e a beleza da fraternidade universal. O Santo Padre exorta todos a serem “artesãos da paz”, trabalhando juntos pelo fim das guerras. O objetivo do diálogo entre pessoas de diferentes religiões não deve ser apenas a diplomacia, cortesia ou tolerância, mas estabelecer a amizade, a paz e a harmonia e partilhar valores e experiências morais e espirituais.

Francisco sublinha a importância do encontro, que reside justamente na necessidade de “encontrar-se, tecer laços fraternos e deixar-se guiar pela inspiração divina que habita cada fé, para imaginar juntos a paz entre todos os povos”. “Em um mundo que corre o risco de ser dividido em conflitos e guerras, o trabalho dos crentes é precioso para mostrar visões de paz e promover a fraternidade e a paz entre os povos em todo o mundo”, conclui.

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