Promoção da Paz

Papa: redes sociais como ambiente de paz, não de violência

Papa enviou mensagem ao congresso mundial da Signis que tem como tema “Paz no mundo digital” 

Da redação, com Vatican News

Foto: Daniel Ibanez – CNA

“Nestes dias marcados por novos surtos de violência e agressão, a paz também deve ser promovida no mundo digital, muitas vezes um lugar tóxico, com discursos de ódio e fake News”. Esse é um trecho da mensagem do Papa Francisco aos participantes do Congresso Mundial da Associação Internacional Católica de Comunicação (Signis). O texto foi publicado pela Santa Sé nesta segunda-feira, 18. 

O congresso está programado de 15 a 18 de agosto, em Seul, na Coreia do Sul, uma terra cuja história de evangelização mostra o poder da palavra impressa e o papel essencial dos leigos na difusão do Evangelho. O Papa se refere a Santo André Kim e seus companheiros mártires, desejando que sua história, de duzentos anos atrás, possa confirmar os participantes do encontro “em seus esforços de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo na linguagem dos meios de comunicação contemporâneos”.

As mídias digitais como um potente meio de diálogo e comunhão

O trabalho no ambiente digital não é um compromisso a ser subestimado, observa o Papa. “A revolução da mídia digital das últimas décadas mostrou ser um potente meio para promover a comunhão e o diálogo dentro de nossa família humana. De fato, durante os meses de confinamento devido à pandemia, vimos claramente como as mídias digitais podem nos unir, não apenas divulgando informações essenciais, mas também preenchendo a solidão do isolamento e, em muitos casos, unindo famílias inteiras e comunidades eclesiais na oração e no culto”.

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O Pontífice afirmou que o uso das redes sociais levantou uma série de questões éticas graves que exigem um julgamento sábio e perspicaz por parte dos comunicadores e de todos aqueles que se preocupam com a autenticidade e qualidade das relações humanas. “Às vezes, os sites da mídia tornaram-se locais tóxicos, com discursos de ódio e fake news”, afirma o Papa Francisco. Ele identifica isso como um verdadeiro desafio a ser enfrentado através “da educação para os meios de comunicação e uma rede de meios de comunicação católicos e da luta contra mentiras e desinformação”.

A educação dos Jovens

Esses esforços que os comunicadores da Signis são chamados a fazer recebem todo o apoio do Papa. Francisco convida a prestar especial atenção à necessidade de ajudar as pessoas, especialmente os jovens, a desenvolverem um senso crítico saudável, aprendendo a distinguir a verdade da mentira, o certo do errado, o bem do mal, e valorizar a importância de trabalhar pela justiça, pela harmonia social e pelo respeito da Casa comum. 

Inclusão digital

O Bispo de Roma também não esquece as muitas comunidades do mundo que permanecem excluídas do espaço digital. Para elas, também é preciso arregaçar as mangas, tornando a inclusão digital uma prioridade. O objetivo é contribuir para a difusão de uma cultura de paz baseada na verdade do Evangelho. 

Já nas considerações finais, Francisco recordou sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2022. A mensagem é focada na escuta como o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação. Uma escuta a ser realizada com “o ouvido do coração”. Aqui, esse “apostolado da escuta” pertence aos comunicadores católicos, escreve o Pontífice. “A comunicação, na verdade, não é apenas uma profissão, mas um serviço ao diálogo e à compreensão entre indivíduos e comunidades mais amplas, em busca de uma convivência serena e pacífica”.

A escuta, afirma Francisco, é essencial para o caminho sinodal empreendido por toda a Igreja nos últimos anos. “Escutar reciprocamente” e “crescer na consciência de participar de uma comunhão que nos precede e nos inclui”, é o que deseja o Papa Francisco. Dessa forma, será possível “criar uma Igreja cada vez mais ‘sinfônica’, cuja unidade se expressa numa polifonia harmoniosa e sagrada”, conclui o Papa. 

 

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