Santa Sé

Papa recebe bispos do Haiti e comenta as dificuldades do país

Bento XVI recebeu hoje, no Vaticano, os bispos da Conferência Episcopal do Haiti ao final da visita ad limina, iniciada há 5 dias. “Me emociono com os motivos de alegria e esperança, assim como com a inquietude que vive o povo de Deus confiado aos vossos cuidados pastorais”, disse o Papa.

Bento XVI lembrou que há 25 anos, em razão do Congresso Eucarístico intitulado "É necessário que algo mude aqui", João Paulo II esteve no Haiti. O atual pontífice questionou tais mudanças, recordando-se dos momentos dolorosos que o país vive. "Momentos com os quais a Igreja está atenta: divisões, injustiças, miséria e desemprego. "Elementos que são fonte de inquietude", afirmou o Papa.

"Eu peço ao Senhor pela responsabilidade social no Haiti. Que haja a promoção de mudanças e reconciliações, de forma que todos no país tenham condições de viver e de se beneficiar dos bens da terra, com uma solidariedade cada vez maior", exclamou Bento XVI que completou: "Este povo, muitas vezes, precisa se dirigir para países vizinhos para suprir suas necessidades". O Papa pediu à comunidade internacional que "continue e intensifique a ajuda ao Haiti de forma que eles tenham perspectivas de futuro e desenvolvimento".

Referindo-se às preocupações dos bispos, o Papa falou da situação da família devido à crise que assola o país. Lembrou, ainda, da evolução das alfândegas e da perda progressiva do sentido do matrimônio e da família, quando se colocam no mesmo plano outras formas de união.

"O desenvolvimento e a sociedade crescem a partir da família", disse o Papa pedindo a atenção dos prelados. Ele observou que este aspecto da vida pastoral é fundamental para a educação dos jovens: "Eu encorajo os jovens a casarem-se de 'forma apropriada', tendo como prioridade, o respeito pela vida".

Prosseguindo, o Santo padre falou dos sacerdotes e exortou os bispos a se ocuparem de função permanente, cultivando as relações fraternas para ajudarem os presbíteros a exercer um ministério fecundo, convidando-os a privarem-se de compromissos políticos e a edificarem seu apostolado no Cristo e em seu Mistério Eucarístico. “Jesus se entregou para a salvação do mundo".

Sobre a preparação dos seminaristas, Bento XVI convidou os prelados a se unirem a outros bispos na intenção de ter mais sacerdotes que se disponibilizem a formar padres que almejem viver seu ministério de forma exemplar. Estes sacerdotes acompanhariam as diferentes etapas de formação dos futuros padres das dioceses do país. Desta união depende o futuro da Igreja no Haiti. "Que as igrejas locais ouçam este apelo e concordem em oferecer padres que auxiliem na formação dos seminaristas", disse o Papa.

"As escolas católicas, mesmo que de forma ainda desejável, desempenham um papel importante no Haiti e são apreciadas por parte das autoridades e da população. Que pelo ensino amadureça a personalidade, o reconhecimento dos valores essenciais e a prática das virtudes. Nas escolas se transmite o valor que a sociedade e o ser humano devem ter", afirmou o Santo Padre.

Concluindo, Bento XVI elogiou o trabalho dos religiosos, religiosas e voluntários que trabalham com os mais pobres e com os marginalizados da sociedade, mostrando que ao lutar contra a pobreza, se luta também contra os numerosos problemas sociais.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo