Papa pede que Igreja seja mãe, não empresária

Francisco mencionou as esterilidades da Igreja pedindo que os fiéis rezem por sua fecundidade, para que ela seja mãe, não uma empresária

Da Redação, com Rádio Vaticano

Papa celebra a última Missa do ano na Casa Santa Marta / Foto: L'Osservatore Romano

Papa celebra a última Missa do ano na Casa Santa Marta / Foto: L’Osservatore Romano

A Igreja seja mãe, não uma empresária. Esse foi o pedido do Papa Francisco na Missa celebrada nesta sexta-feira, 19, última Missa do ano na Casa Santa Marta. O Pontífice deu ênfase à “nova Criação”, representada pelo nascimento de Jesus, que faz novas todas as coisas, e pediu a graça da fecundidade para a Igreja.

Duas mulheres que eram estéreis e se tornaram fecundas. Francisco partiu das leituras do dia, que narram o nascimento milagroso de Sansão e João Batista. Ele explicou que a Igreja mostra este símbolo de esterilidade antes do nascimento de Jesus. É uma oportunidade para refletir sobre a humanidade estéril.

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“Da esterilidade, o Senhor é capaz de recomeçar uma nova descendência, uma nova vida. E esta é a mensagem de hoje. Quando a humanidade se esgota, não pode andar mais, vem a graça e o Filho, e vem a Salvação. E aquela Criação esgotada dá lugar à nova criação”.

Esta “segunda Criação” é a mensagem para o dia de hoje, disse o Papa. Os fiéis aguardam Jesus, que é capaz de recriar todas as coisas, e isto é o Natal. “A novidade de Deus que refaz, de modo maravilhoso, todas as coisas”.

Francisco ressaltou que tanto a esposa de Manoá, mãe de Sansão, como Isabel tiveram filhos graças à ação do Espírito do Senhor. Então, a mensagem que as leituras do dia transmitem é que os fiéis se abram ao Espírito Santo.

“Isso me faz pensar também na nossa mãe Igreja; nas muitas esterilidades que a nossa mãe Igreja tem: quando, pelo peso da esperança nos Mandamentos, aquele pelagianismo que todos nós trazemos nos ossos, se torna estéril. Acredita ser capaz de parir… não, não pode! A Igreja é mãe, e se torna mãe somente quando se abre à novidade de Deus, à força do Espírito. Quando diz a si mesma: ‘Eu faço tudo, mas acabei, não vou mais fazer’, vem o Espírito”.

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Esta constatação levou o Papa a uma reflexão sobre as esterilidades na Igreja e a abertura à fecundidade na fé. Ele pediu orações pela Igreja, tendo em vista as esterilidades no povo de Deus, esterilidade de egoísmo e de poder, por exemplo.

“Quando a Igreja acredita que pode tudo, que pode tomar conta das consciências das pessoas, de percorrer o caminho dos fariseus, dos saduceus, o caminho da hipocrisia, a Igreja é estéril. Rezar. Que este Natal faça a nossa Igreja aberta ao dom de Deus, que se deixe surpreender pelo Espírito Santo e seja uma Igreja que faça filhos, uma Igreja mãe. Mãe. Muitas vezes eu penso que a Igreja em alguns lugares é mais empresária do que mãe”.

“Olhando para esta história de esterilidade do povo de Deus e tantas histórias na História da Igreja que fazem a Igreja estéril – concluiu o Papa – peçamos ao Senhor, hoje, olhando para o Presépio, a graça da fecundidade da Igreja. Que antes de tudo, a Igreja seja mãe, como Maria”.

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