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Papa: o cristão deve ser aberto ao anúncio da Palavra e aos irmãos

Concluindo o ciclo de reflexões sobre o zelo apostólico, Francisco falou sobre a abertura do cristão ao Evangelho, expressa desde o Batismo

Da Redação, com Vatican News

Foto: Vatican Media/ IPA via Reuters

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 13, o Papa Francisco encerrou o ciclo de reflexões sobre o zelo apostólico. Aos fiéis reunidos na Sala Paulo VI, o Pontífice recordou que, neste período, “nos deixamos inspirar pela Palavra de Deus, pela vida de algumas testemunhas e pelo Magistério recente para cultivar a paixão pelo anúncio do Evangelho”.

O Santo Padre também lembrou que o zelo apostólico diz respeito a todos os cristãos. No Batismo, são tocados nos lábios e nos ouvidos, enquanto o celebrante profere: “O Senhor Jesus, que fez os surdos ouvirem e os mudos falarem, te conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a fé”.

Neste sentido, Francisco citou a passagem do Evangelho de São Marcos em que Jesus curou um surdo (cf. Mc 7,31-35). O sinal realizado por ele se deu na região do mar da Galileia, habitada predominantemente por pagãos. “Jesus é capaz de abrir os ouvidos e a boca, ou seja, o fenômeno do mutismo e da surdez na Bíblia é também metafórico e designa o fechamento aos apelos de Deus”, refletiu o Papa.

Além disso, o evangelista registra ainda que o surdo falava com dificuldade. Sobre este aspecto, o Pontífice explicou que “há uma surdez física, mas na Bíblia quem é surdo para a Palavra de Deus é mudo, pois não comunica a Palavra de Deus”.

“Abre-te”

Quando Jesus realiza a cura, pronuncia a palavra aramaica “Efatá”, que significa “abre-te”. Esta fala não é dirigida apenas ao surdo, incapaz de ouvi-lo, comentou o Santo Padre, mas a todos os discípulos, daquele tempo e do atual. “Também nós, que recebemos o Efatá do Espírito no Batismo, somos chamados a abrir-nos. ‘Abre-te’, diz Jesus a cada fiel e à sua Igreja: abre-te porque a mensagem do Evangelho precisa de ser testemunhada e anunciada”.

Diante disso, Francisco refletiu sobre o comportamento do cristão, indicando que este deve ser aberto à Palavra de Deus e ao serviço dos outros. “Os cristãos fechados terminam sempre mal, pois não são cristãos, mas ideólogos, ideólogos do fechamento. O cristão deve ser aberto no anúncio da Palavra e no acolhimento dos irmãos e irmãs”, exortou.

Amar e anunciar o Senhor

Ao final dos Evangelhos, Jesus indica esse espírito missionário de “ir além, ir apascentar e pregar o Evangelho”. O Papa convidou todos a pedir, como Igreja, a graça de uma conversão pastoral e missionária, lembrando que “o Senhor, às margens do mar da Galileia, perguntou a Pedro se ele o amava e depois pediu-lhe que apascentasse as suas ovelhas”.

Concluindo a sua reflexão, o Pontífice lançou alguns questionamentos aos fiéis presentes na Sala Paulo VI: “Amo realmente o Senhor, a ponto de querer anunciá-Lo? Quero ser sua testemunha ou contento-me em ser seu discípulo? Levo a sério as pessoas que encontro, levo-as até Jesus na oração? Desejo fazer algo para que a alegria do Evangelho, que transformou a minha vida, torne a deles mais bonita também? Pensemos nessas perguntas e sigamos adiante em nosso testemunho”.

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