Visita Pastoral

Papa no Perdão Celestino: A força dos humildes é o Senhor, não as lógicas desse mundo

“A força dos humildes é o Senhor, não as estratégias, os meios humanos, as lógicas deste mundo.” Palavras do Papa Francisco na homilia deste domingo, 28, na cidade de L’Aquila por ocasião do “Perdão Celestino”

Da Redação com Vatican News

Papa em Homilia na sua visita pastoral à cidade de L’Áquila/ Foto: Lorenzo Di Cola via Reuters Connect

Na segunda etapa de sua visita pastoral em L’Aquila, neste domingo, 28, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Basílica de Collemaggio. Em sua homilia, o Pontífice recordou que os Santos são uma fascinante explicação do Evangelho e que suas vidas são privilegiados pontos a partir do qual podem-se vislumbrar a Boa Nova que Jesus proclamou: “Deus é nossos Pai e todos somos chamados por Ele. Este é o coração do Evangelho, e Jesus é a prova deste Amor, de sua encarnação, de seu rosto”.

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A grandeza de Celestino V

Celebrando a Eucaristia em um dia especial para a cidade de L’Aquila e para a Igreja local, Francisco lembrou do Papa Celestino V como aquele que fez a grande recusa, segundo a expressão de Dante na Divina Comédia. “Entretanto Celestino V não era o homem do ‘não’, ele era o homem do ‘sim’”. ‘De fato’, explica ainda Francisco, “não há outra maneira de realizar a vontade de Deus a não ser assumindo a força dos humildes”.

A força dos humildes

O Santo Padre disse que a humildade não consiste em nos desvalorizarmos, mas naquele realismo saudável que nos faz reconhecer nosso potencial e também nossas misérias. “Partindo precisamente de nossas misérias, a humildade nos faz desviar o olhar de nós mesmos e voltar nosso olhar para Deus, Aquele que pode fazer tudo e também obtém para nós o que não podemos ter por nós mesmos”.

Francisco enfatizou que a força dos humildes é o Senhor, não as estratégias, os meios humanos, as lógicas deste mundo.

O Papa ponderou que Celestino V foi uma corajosa testemunha do Evangelho, porque nenhuma lógica de poder poderia prendê-lo e administrá-lo. “Nele admiramos uma Igreja livre das lógicas do mundo e testemunhamos plenamente o nome de Deus que é a Misericórdia”.

A misericórdia

Há muitos século que L’Aquila, mantém vivo o dom que o próprio Papa Celestino V lhe deixou. “É o privilégio de lembrar a todos que com a misericórdia, e somente com a misericórdia, a vida de cada homem e de cada mulher pode ser vivida com alegria”.

“Misericórdia é a experiência de sentir-se acolhido, restaurado, fortalecido, curado, encorajado. Ser perdoado é experimentar aqui e agora o que mais se aproxima da ressurreição. O perdão vai da morte à vida, da experiência da angústia e da culpa à da liberdade e da alegria”

Compreender a dor dos outros

Falando aos presentes que sofreram por causa do terremoto de 2009, Francisco recordou que “aqueles que sofreram devem ser capazes de valorizar seu próprio sofrimento, devem compreender que na escuridão que viveram, também lhes foi dado o dom de compreender a dor dos outros”. Recordando aos presentes acrescentou que eles podem cuidar da misericórdia porque sofreram a experiência da miséria.

Francisco refletiu que todos na vida, sem necessariamente experimentar um terremoto, podem, por assim dizer, experimentar um ‘terremoto da alma’, que os coloca em contato com sua própria fragilidade, suas próprias limitações, sua própria miséria. ‘Nesta experiência’, disse, “pode-se perder tudo, mas também se pode aprender a verdadeira humildade. Nessas circunstâncias, a pessoa pode se deixar enfurecer pela vida, ou pode aprender a mansidão”.

“Humildade e mansidão, portanto, são as características de alguém cuja tarefa é guardar e testemunhar a misericórdia”

Servir e não ser servido

Antes de concluir a homilia, o Pontífice recordou os presentes que o cristãos abe que sua vida não é uma carreira à maneira deste mundo, mas uma carreira à maneira de Cristo, que dirá de si mesmo que veio para servir e não para ser servido. “Enquanto não compreendermos que a revolução do Evangelho reside neste tipo de liberdade, continuaremos a testemunhar guerras, violência e injustiça, que nada mais são do que o sintoma externo de uma falta de liberdade interior. Onde não há liberdade interior, o egoísmo e o individualismo, se sobrepõem, ocasionando o interesse próprio e opressão”.

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