Papa: leigos não são membros de segunda categoria

Em mensagem, Papa enfatiza papel dos leigos na Igreja; ninguém melhor do que os leigos para inscrever a lei divina na vida terrena, disse

Da Redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem nesta quinta-feira, 12, aos participantes do dia de estudo promovido pelo Pontifício Conselho para os Leigos com a colaboração da Pontifícia Universidade Santa Cruz. O tema do evento é “Vocação e missão dos leigos. Há cinquenta anos do Decreto Apostolicam actuositatem”.

O dia de estudos é realizado no âmbito do 50° aniversário de encerramento do Concílio Vaticano II, evento que, segundo o Beato Paulo VI, “constitui um ato de amor, um grande e tríplice ato de amor: a Deus, à Igreja e à humanidade”.

Segundo Francisco, este ato de amor renovado que inspirava os padres conciliares levou a uma maneira nova de olhar a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, expressa nas duas Constituições conciliares “Lumen gentium” e “Gaudium et spes”.

“O Concílio não olha os leigos como se fossem membros de segunda categoria, a serviço da hierarquia e simples executores de ordens provenientes do alto, mas como discípulos de Cristo que, através do Batismo e sua inserção no mundo, são chamados a animar todo ambiente, atividade e relação humana segundo o espírito do Evangelho (…) Ninguém melhor que os leigos pode desempenhar a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida da cidade terrena.”

Segundo o Papa, neste contexto se insere o Decreto “Apostolicam actuositatem”, que trata da natureza e âmbitos do apostolado dos leigos. “Este documento recorda que a vocação cristã é por sua natureza vocação ao apostolado. Por isso, o anúncio do Evangelho não é reservado a alguns ‘profissionais da missão’, mas deve ser o desejo profundo de todos os fiéis leigos chamados não somente para a animação cristã das realidades temporais, mas também para as obras de evangelização, anúncio e santificação dos homens”, frisa Francisco.

“Este ensinamento conciliar fez crescer na Igreja a formação dos leigos, mas o Concilio Vaticano II, como todo Concílio, interpela toda geração de pastores e leigos, pois é um dom inestimável do Espírito Santo que deve ser acolhido com gratidão e responsabilidade. Tudo o que foi doado pelo Espírito e transmitido pela Igreja deve ser novamente entendido, assimilado e aplicado na realidade”, sublinha ainda o pontífice.

Francisco conclui sua mensagem pedindo a Deus que a jornada de estudo estimule pastores e fieis leigos a terem no coração o desejo de viver e praticar o Concílio Vaticano II e levar ao mundo a luz de Cristo. (MJ)

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