“O Papa dedicará algumas palavras em favor da revogação do embargo”, afirma um dos membros Secretaria de Estado do Vaticano, Dom Angelo Becciu
Da redação, com Agência Ecclesia
Em entrevista, um dos membros Secretaria de Estado do Vaticano, Dom Angelo Becciu, indicou em entrevista que o Papa Francisco vai apelar para o fim do embargo dos Estados Unidos a Cuba.
“O Papa dedicará algumas palavras em favor da revogação do embargo e continuará a encorajar o diálogo bilateral”, antecipou o substituto da Secretaria de Estado para os Assuntos Gerais.
Os Estados Unidos da América e Cuba anunciaram em dezembro de 2014 a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e econômicas entre os dois países, que tinham sido cortadas em 1961, pouco depois da chegada ao poder de Fidel Castro.
Dom Angelo Becciu revela que o acordo foi assinado na Secretaria de Estado do Vaticano, diante do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, “quase como garantia da palavra dada”.
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Francisco elogiou em janeiro deste ano os sinais de diálogo entre os Estados Unidos da América e Cuba.
Segundo o presidente norte-americano, Barack Obama, o Vaticano e o próprio Papa intervieram diretamente neste processo, pedindo às duas partes que restabelecessem o diálogo e promovessem mudanças.
Raúl Castro, por sua vez, elogiou o papel do Papa Francisco e do Vaticano, que acolheram o encontro conclusivo de 18 meses de conversações decorridas em segredo. Dom Angelo Becciu recorda que durante 50 anos “os cubanos sofreram devido ao embargo”.
“Não é possível continuar com isto. A Santa Sé sempre se pronunciou contra o embargo, quer em Cuba como noutros países, porque quem sofre é o povo, são os pobres”, advertiu.
A décima viagem internacional de Francisco a Cuba e aos Estados Unidos vai decorrer a partir deste sábado, 19, até ao próximo dia 28, e inclui encontros com os presidentes dos dois países, um discurso na ONU, oração em Nova Iorque e a participação nos atos conclusivos do Encontro Mundial das Famílias 2015, na cidade norte-americana da Filadélfia.
Para o substituto da Secretaria de Estado, “a visita do Papa Francisco consolidará ainda mais este novo clima”, que levou também à mediação do Vaticano para a reabertura das relações diplomáticas.