O discurso do Papa para os participantes da Plenária anual da ROACO foi centralizado nos conflitos que ainda afligem o Oriente Médio
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco voltou a pedir mais esforços de paz no Oriente Médio durante a audiência com os participantes da Plenária anual da Reunião das Obras de Ajuda para as Igrejas Orientais (ROACO), que aconteceu nesta segunda-feira, 15, no Vaticano.
O discurso de Francisco foi centralizado nos conflitos que ainda afligem o Oriente Médio. Ele recordou que esta mesma audiência, no ano passado, se realizou às vésperas de sua peregrinação à Terra Santa e à sucessiva súplica pela paz.
“Todos desejávamos que a semente da reconciliação produzisse mais frutos. Outros eventos que turbaram ainda mais o Oriente Médio nos fazem sentir o frio de um inverno e de um gelo no coração dos homens que parece não ter fim. A terra daquelas regiões está marcada pelos passos dos que buscam refúgio e irrigada pelo sangue de tantos homens e mulheres, entre os quais inúmeros cristãos perseguidos por causa de sua fé.”
Refugiados
O Papa citou ainda a recente viagem da delegação da ROACO ao Iraque, ocasião em que visitou os refugiados da Planície de Nínive e da Síria.
“No drama desses meses, parece que o mundo teve um despertar de consciência e tenha aberto os olhos para a presença milenar dos cristãos no Oriente Médio”, disse o Pontífice, que reconheceu as inúmeras iniciativas de sensibilização e de ajuda a todos os inocentes injustamente atingidos pela violência.
Mas Francisco pediu um esforço a mais para eliminar “acordos tácitos” segundo os quais a vida de milhares de famílias parece pesar menos do que o petróleo e as armas, e os traficantes de morte atuam enquanto proclamam a paz e a justiça.
“Eu os encorajo, portanto, enquanto prosseguem o serviço da caridade cristã, a denunciarem aquilo que espezinha a dignidade do homem”, exortou.
Migração rumo à Europa
O Papa falou ainda da Etiópia, Eritréia e Armênia, que serão temas da Plenária, convidando a ROACO a auxiliar aquelas antigas comunidades cristãs a se sentirem partícipes da missão evangelizadora e a oferecer, sobretudo aos jovens, um horizonte de esperança e de crescimento.
“Sem isso, não poderá ser interrompido o fluxo migratório que coloca tantos filhos e filhas daquela região em caminho para chegar até o Mediterrâneo, arriscando a vida.”
Temas em debate
A audiência com o Pontífice inaugurou a Plenária, que chega a sua 88ª edição. Até quarta-feira, 17, os participantes debaterão a situação na Síria, no Iraque, na Ucrânia, a Igreja etíope, armênia e na Terra Santa.
Guiados pelo Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, participarão da Plenária o Núncio Apostólico na Síria, Dom Mario Zenari, e o Secretário do “Cor Unum”, Dom Giampietro Dal Toso, o Delegado Apostólico em Jerusalém, Dom Giuseppe Lazzarotto, o Custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa OFM, entre outros.