Na terceira visita à Ásia, a viagem de dois dias do Pontífice ao Sri Lanka é aguardada com muita expectativa; Do país, Francisco dirige-se às Filipinas, onde permanecerá por cinco dias
Da redação, com Rádio Vaticano
Cinco meses após a viagem apostólica à Coreia do Sul, o Papa Francisco volta à Ásia. O Pontífice parte para o Sri Lanka na tarde desta segunda-feira, 12, às 19 (horário de Roma – 16h em Brasília), e chegará à cidade de Colombo na manhã desta terça-feira.
A capital cingalesa hospedará o Pontífice por dois dias, nos quais estão previstos quatro eventos principais: a cerimônia de boas-vindas no aeroporto, o encontro inter-religioso, a Santa Missa com a canonização de José Vaz e a oração mariana no Santuário de Nossa Senhora de Madhu.
O Sri Lanka é um país que viveu anos de conflitos, de guerras, que produziram mortes, dores e feridas imensas. É um país de pouco mais de 20 milhões de habitantes onde 80% da população vive em vilarejos rurais. A maioria é de religião budista, cerca 70,2%, hinduístas 12,6% e os cristãos 7,5%; os católicos são 6,5%.
Ao receber um grupo de peregrinos do Sri Lanka no Vaticano em 8 de fevereiro de 2014, o Santo Padre recordou que essa terra é chamada a Pérola do Oceano Índico, por causa da sua beleza natural e da sua conformação. Fala-se que a pérola é formada pelas lágrimas da ostra, disse o Papa. Infelizmente, muitas lágrimas foram derramadas nos últimos anos nesta terra por causa do conflito interno que provocou muitas vítimas e causou muitos prejuízos.
“Não é fácil curar as feridas e colaborar com o adversário de ontem para construir juntos, o amanhã, – disse então o Papa – mas é a única estrada que nos dá esperança de um futuro, esperança de desenvolvimento e esperança de paz”.
Expectativa para a visita do Papa
A visita do Papa Francisco ao Sri Lanka ajudará a superar as divisões no país declarou o Arcebispo de Colombo e Presidente da Conferência Episcopal do Sri Lanka, Cardeal Malcom Ranjith, à Rádio Vaticano.
Em uma nação onde duas comunidades étnicas se contrastam há anos, a chegada de Francisco oferecerá a ocasião para refletir sobre a importância da paz e da reconciliação entre as partes.
De fato, desde 1975 neste país, se acentuou o conflito entre a maioria da população de etnia cingalesa, substancialmente budista, e a minoria tâmil, hinduísta e cristã. Dentro da minoria tâmil atua um grupo nacionalista armado conhecido com o nome “Tigres para a libertação da Pátria Tâmil”, que há anos reivindica a criação de um Estado soberano Tâmil.
Entre as numerosas iniciativas realizadas na fase de preparação da viagem do Papa Francisco destaca-se a recente inauguração do canal de televisão católico, chamado “Verbum TV”, que desde o início do último mês de dezembro transmite programas de formação católica. Representa para a Igreja deste país um novo modo para evangelizar e procurar esclarecer as incompreensões ligadas ao fundamentalismo, afirmou durante a sua inauguração o Cardeal Ranjith.
O Núncio Apostólico no Sri Lanka, Dom Pierre Nguyên Van Tot, afirmou que o povo do país sofreu muito com a guerra e necessitam de muito amor e paz nas famílias e na sociedade. “O Santo Padre pode ajudar-nos muito”, destacou.
A visita do Papa Francisco ao Sri Lanka será a terceira visita de um Pontífice à ilha, depois da primeira de Paulo VI em 1970, quando o país ainda se chamava Ceilão. E a segunda realizada por João Paulo II em 1995 quando beatificou José Vaz. Agora Francisco irá canonizá-lo. O tema da viagem é tirado do Evangelho de João, “Habitar no amor”.