Papa fala da miséria social que afeta a família

Francisco lembrou as várias dificuldades econômicas e sociais que colocam a família à prova; Igreja não deve esquecer o drama dessas famílias, lembrou o Papa

Jéssica Marçal
Da Redação

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A vulnerabilidade da família nas condições de vida atuais foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 3. O Santo Padre abordou as várias dificuldades econômicas e sociais que afetam a família, lembrando que muitas delas são verdadeiras “escolas de humanidade” por saber sobreviver dignamente com tanta miséria.

Uma dessas provações é a pobreza, que afeta tanto as periferias das grandes cidades como as zonas rurais. Muitas vezes a situação é agravada com a guerra, que segundo Francisco é a “mãe de todas as pobrezas”. Ele lembrou que há famílias pobres que sabem conduzir a vida com dignidade, o que não deve justificar a indiferença para com o problema, mas aumentar a vergonha por existir tanta pobreza no mundo.

“É quase um milagre que, mesmo na pobreza, a família continue a se formar e até mesmo a conservar – como pode – a especial humanidade das suas relações (…) Deveríamos nos ajoelhar diante destas famílias que são uma verdadeira escola de humanidade que salva a sociedade da barbárie”, afirmou.

Francisco mencionou ainda a problemática da relação entre família e economia. E não é somente uma questão de pão, mas de trabalho, de educação e de saúde.

“Ficamos sempre muito comovidos quando vemos imagens das crianças desnutridas e doentes que são mostradas para nós em tantas partes do mundo. Ao mesmo tempo, também nos comove muito o olhar brilhante de muitas crianças, privadas de tudo, que estão em escolas feitas de nada, quando mostram com orgulho sua caneta e o seu caderno (…) As crianças sabem que o homem vive não só de pão”.

O Papa lembrou o papel dos cristãos diante desse cenário: estar próximo das famílias que são colocadas à prova, pois a miséria social atinge a família e às vezes a destroi. São dificuldades vindas da falta de trabalho ou da sua precariedade, das condições de vida nos bairros mais desfavorecidos, que sofrem com problemas de habitação, de transporte, de educação, de saúde.

E a esses problemas materiais soma-se ainda o dano causado à família pelos pseudo-modelos de consumismo difundidos pelos meios de comunicação, que influenciam as classes sociais mais pobres e contribuem para a desagregação dos laços familiares.

Frente a essas realidades, Francisco lembrou que a Igreja é mãe e não deve se esquecer do drama desses seus filhos. Também ela deve ser pobre, afirmou, para se tornar fecunda e responder a tanta miséria. “Uma Igreja pobre é uma Igreja que pratica uma simplicidade voluntária na própria vida – nas suas próprias instituições, no estilo de vida dos seus membros, para abater todo muro de separação, sobretudo dos pobres. É preciso oração e ação”.

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