Cristãos copta-ortodoxos foram martirizados em 15 de fevereiro de 2015
Da redação, com Vatican News
Este dia 15 de fevereiro marca os seis anos do martírio dos 21 cristãos – 20 copta-ortodoxos egípcios e um ganense – em uma praia na Líbia, assassinados por terroristas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh, acrônimo em árabe). Eles foram martirizados, no início de janeiro de 2015, mas o vídeo com sua decapitação foi divulgado cerca de um mês mais tarde, em 15 de fevereiro, data em que foram inseridos no Synaxarium, o livro dos mártires da Igreja Copta.
Além das celebrações no Egito, um evento on-line reunindo entre outros o Patriarca copta-ortodoxo Tawadros II e o Primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby, recorda nesta segunda-feira, 15, seu testemunho.
Mensagem do Papa
O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo em sua memória:
“É o dia de hoje que tenho no meu coração, aquele fevereiro de 2015. Tenho no meu coração aquele batismo de sangue, esses vinte e um homens batizados cristãos com a água e o Espírito, e naquele dia batizados também com o sangue. São os nossos Santos, Santos de todos os cristãos, Santos de todas as confissões e tradições cristãs. Eles são aqueles que lavaram suas vidas no sangue do Cordeiro, são aqueles … do povo de Deus, do povo fiel de Deus.
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Eles foram trabalhar no exterior para sustentar suas famílias: homens normais, pais de família, homens com a ilusão [o desejo] de ter filhos; homens com a dignidade de trabalhadores, que não somente buscam ter pão para sua casa, mas de levá-lo para casa com a dignidade de trabalho. E esses homens deram testemunho de Jesus Cristo. Degolados pela brutalidade do Isis, morreram dizendo: “Senhor Jesus!”, confessando o nome de Jesus.
Martírio
É verdade que existe uma tragédia, que essas pessoas deixaram suas vidas na praia, mas também é verdade que a praia foi abençoada pelo seu sangue. Mas é mais verdade ainda que da sua simplicidade, da sua fé simples, mas coerente, receberam o maior dom que um cristão pode receber: o testemunho de Jesus Cristo a ponto de dar a vida.
Agradeço a Deus nosso Pai, porque nos deu esses irmãos corajosos. Agradeço ao Espírito Santo por lhes dar a força e a coerência de chegar à confissão de Jesus Cristo até o sangue. Agradeço aos bispos, os padres da Igreja irmã Copta que os criou, os ensinou a crescer na fé. E agradeço às mães dessas pessoas, desses vinte e um homens que “amamentaram” [nutriram] sua fé: são as mães do povo santo de Deus que transmitem a fé “em dialeto”, um dialeto que vai além das línguas, o dialeto das pertenças.
Uno-me a todos vocês, irmãos bispos, que estão nesta comemoração [do latim commemorare, trazer à memória, fazer recordar, lembrar]. A ti, grande, amado Tawadros, irmão e amigo bispo. A ti, Justin Welby, que também quiseste vir a este encontro. E a todos os outros bispos e padres, mas sobretudo uno-me ao santo povo fiel de Deus que na sua simplicidade, com a sua coerência e as incoerências, com as graças e os pecados, leva em frente a confissão de Jesus Cristo: Jesus Cristo é o Senhor.
Agradeço a vocês, vinte e um Santos, Santos Cristãos de todas as confissões, pelo seu testemunho. E eu Te agradeço, Senhor Jesus Cristo, por estar tão perto de teu povo, de não esquecê-lo. Rezemos juntos, hoje, nesta memória destes vinte e um mártires coptas: que eles intercedam por todos nós perante o Pai. Um homem.