Visita ad Limina

Papa diz que leigos e catequistas são "parceiros indispensáveis"

"Os catequistas são parceiros indispensáveis dos sacerdotes no anúncio do Evangelho", disse o Papa Bento XVI neste sábado, 20, ao receber os bispos de Burkina Faso e Níger em visita ad limina ao Vaticano. 

O Santo Padre destacou que os catequistas "têm um papel fundamental não apenas na primeira evangelização e para o catecumenato, mas também na animação e apoio de vossa comunidade, em união com os outros agentes de pastoral".

"Para que os leigos possam encontrar o lugar que lhes corresponde em vossas comunidades e na sociedade, é necessário aumentar os meios de reforçar a própria fé. Desenvolvendo as instituições de formação, lhes dará a oportunidade de assumir a responsabilidade na Igreja e na sociedade, para serem testemunhas autênticas do Evangelho", enfatizou o Papa.

Bento XVI destacou ainda, em seu discurso, a inculturação da fé, a solidariedade radicada no amor de Deus, a importância do sacerdócio e do diálogo inter-religioso, recordou os frutos do Sínodo para a África, realizado em outubro, e dirigiu um pensamento particular a todos os enfermos e aos que sofrem.

Leia a íntegra

Queridos Irmãos Bispos,

É com grande alegria que vos acolho, vós que tendes recebido a responsabilidade pastoral da Igreja que está em Burkina Faso e Níger. Saúdo, em particular, o Presidente da vossa Conferência Episcopal e Arcebispo de Koupéla, Dom Séraphin Rouamba, e lhe agradeço pelas amáveis palavras. Aos vossos diocesanos e a todo o povo de vosso países, especialmente aos doentes e às pessoas que estão em aflição, levai o encorajamento e a saudação afetuosa do Papa. A visita ad Limina que estais realizando é um sinal concreto de comunhão entre as vossas Igrejas particulares e a Igreja universal, que se manifesta de forma significativa em sua vinculação com o Sucessor de Pedro. Espero que o reforço desta unidade entre vós e o seio da Igreja fortifique o vosso ministério e reforce a credibilidade do testemunho dos discípulos de Cristo.

Após mais de um século, a evangelização já tem os seus frutos abundantes, visíveis através dos muitos sinais da vitalidade da Igreja-família de Deus em vossos países. Que um novo impulso missionário anime vossa comunidade, de modo que a mensagem do Evangelho seja plenamente aceita e vivida com fidelidade! A fé tem sempre necessidade de consolidar as suas raízes para não retornar às práticas antigas ou incompatíveis com o seguimento de Cristo, e para resistir às chamadas de um mundo muitas vezes hostil ao ideal do Evangelho. Eu aprecio os esforços que há muitos anos tendes feito para uma sã inculturação da fé. Estimulai-o, a fim de que continue, com a ajuda de pessoas competentes, em conformidade com as regras e fazendo referência às estruturas adequadas. Por outro lado, encorajo-vos a continuar o belo esforço missionário de solidariedade generosamente prestado às Igrejas-irmãs de vosso continente!

A recente Assembleia sinodal para a África convidou as comunidades cristãs para enfrentar os desafios da reconciliação, da justiça e da paz. Estou feliz em saber que, em vossas dioceses, a Igreja continua, de várias formas, a luta contra os males que impedem as pessoas a alcançar um desenvolvimento genuíno. Como exemplo, as graves inundações do passado mês de setembro foram ocasião para promover a solidariedade com todos, especialmente com os mais necessitados. Essa solidariedade, enraizada no amor de Deus, deve ser um compromisso permanente da comunidade eclesial: os vosso fiéis também o têm expressado generosamente na ajuda às vítimas do recente terremoto no Haiti, apesar das próprias grandes necessidades. Agradeço-lhes vivamente por isso. Finalmente, gostaria de saudar aqui, em especial, o trabalho realizado pela Fundação João Paulo II para o Sahel, que, no ano passado, comemorou em Ouagadougou o seu jubileu de prata.

Queridos Irmãos Bispos, o Ano Sacerdotal contribui para destacar a grandeza do sacerdócio e para promover a renovação interior na vida dos sacerdotes, a fim de que o próprio ministério seja cada vez mais intenso e frutuoso. O padre é, antes de tudo, um homem de Deus, que procura responder com sempre maior coerência e fidelidade a sua vocação e missão ao serviço do povo que lhe foi confiado e deve conduzir a Deus. Por isso, é necessário garantir uma sólida formação, não somente durante a preparação para a ordenação, mas para todo o seu ministério. Com efeito, é essencial que o sacerdote possa dedicar o tempo para aprofundar a sua vida sacerdotal, a fim de evitar a queda no ativismo. Que o exemplo de João Maria Vianney desperte nos corações de vossos sacerdotes, aos quais presto homenagem pelo corajoso empenho missionário, uma renovada consciência de sua doação total a Cristo e à Igreja, alimentado por uma vida de oração fervorosa e amor apaixonado pelo Senhor Jesus! Possa o seu exemplo inspirar muitas vocações para o sacerdócio!

Os catequistas são parceiros indispensáveis dos sacerdotes no anúncio do Evangelho. Eles têm um papel fundamental não apenas na primeira evangelização e para o catecumenato, mas também na animação e apoio de vossa comunidade, em união com os outros agentes de pastoral. Através de vós, saúdo-os cordialmente e incentivo-os na sua tarefa de evangelizar os seus irmãos. Vossas dioceses estão fazendo esforços consideráveis para garantir a sua formação humana, intelectual, espiritual e pastoral, permitindo que eles assegurem seus serviços com fé e competência; me alegro e vos encorajo a avançar, provendo ao mesmo tempo as necessidades materiais para que eles possam levar uma vida digna.

Para que os leigos possam encontrar o lugar que lhes corresponde em vossas comunidades e na sociedade, é necessário aumentar os meios de reforçar a própria fé. Desenvolvendo as instituições de formação, lhes dará a oportunidade de assumir a responsabilidade na Igreja e na sociedade, para serem testemunhas autênticas do Evangelho. Convido-vos a dirigir especial atenção à elite política e intelectual de vossos países, que são muitas vezes confrontadas com ideologias opostas a uma concepção cristã do homem e da sociedade. Uma fé segura, com base em uma relação pessoal com Cristo, expressa na prática habitual de caridade e apoiada por uma comunidade viva, é um sustento ao desenvolvimento da vida cristã. Infundi também nos jovens, frequentemente cheios de generosidade, o prazer de andar ao encontro de Cristo! O fortalecimento das capelanias escolares e universitárias ajudará a encontrar n'Ele a luz que pode guiá-los durante toda a vida e ensinar-lhes o verdadeiro significado do amor humano.

O belo clima que normalmente existe nas relações inter-religiosas permite aprofundar os laços de estima, amizade e cooperação entre todos os segmentos da sociedade. O ensino, às novas gerações, dos valores fundamentais de respeito e fraternidade favorecerá a compreensão recíproca. Possam os laços que unem sobretudo os cristãos e os muçulmanos continuar a se reforçar, a fim de fazer progredir a paz e a justiça e promover o bem comum, rejeitando qualquer tentação de violência ou intolerância!

Queridos Irmãos Bispos, ao concluir o nosso encontro, confio cada uma de vossas dioceses à proteção maternal da Virgem Maria. Nestes tempos assinalados pela incerteza, que Ela possa vos dar força para enfrentar o futuro com confiança! Que seja para o povo do Burquina Faso e Níger um sinal de esperança! De todo o meu coração, vos concedo uma afetuosa Bênção Apostólica, que faço extensiva aos sacerdotes, religiosos, religiosas, catequistas e todos os fiéis de vossas dioceses.

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