Na homilia de hoje, Papa lembrou que cristãos são chamados a pedir a unidade e não deixar que se insinue entre eles o espírito da guerra
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na Semana em que, no hemisfério sul, se reza pela unidade cristã, o Papa Francisco dedicou sua homilia a essa causa nessa quinta-feira, 21. Ele reiterou que os cristãos são chamados a pedir a graça da unidade e a lutar para que não haja, entre eles, o espírito de divisão, de guerra e de ciúmes. A Missa foi celebrada, como de costume, na capela da Casa Santa Marta.
Francisco fez a homilia a partir da liturgia do dia, que mostra a atmosfera do Cenáculo e a densidade das palavras que Cristo pronunciou e confiou aos Apóstolos antes de se entregar à Paixão.
Nesses trechos, Jesus faz uma oração para que a Igreja seja unida, que os cristãos “sejam uma só coisa”, como Jesus o é com o seu Pai. Cristo também fala da “grande tentação”, rezando para que os fiéis não cedam ao “pai da mentira e da divisão”.
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É consolador, observou Francisco, ouvir Jesus dizer ao Pai que não quer rezar somente pelos seus discípulos, mas também por aqueles que acreditarão n’Ele mediante a sua palavra. Uma frase ouvida tantas vezes, para a qual o Papa pediu uma atenção especial.
“Talvez nós não sejamos suficientemente atentos a essas palavras: Jesus rezou por mim! Isso é propriamente fonte de confiança: Ele reza por mim, rezou por mim… Eu imagino – mas é uma figura – como está Jesus diante do Pai, no Céu. É assim: reza por nós, reza por mim. E o que vê o Pai? As chagas, o preço. O preço que pagou por nós. Jesus rezou por mim com as suas chagas, com o seu coração ferido e continuará a fazê-lo”.
As faces da divisão
Francisco explicou ainda que Jesus reza pela unidade do seu povo, pela Igreja, mas sabe que o espírito do mundo é um espírito de divisão, de guerra, de invejas, ciúmes, também nas famílias, nas famílias religiosas, nas dioceses, bem como em toda a Igreja: é a “grande tentação”. E isso leva, disse o Papa, a fofocas, a etiquetar e rotular as pessoas. São atitudes que a oração de Jesus pede que sejam banidas.
“Devemos ser um, uma só coisa, como Jesus e o Pai são uma só coisa. Este é precisamente o desafio de todos nós cristãos: não dar lugar à divisão entre nós, não deixar que o espírito da divisão, o pai da mentira, entre em nós. Procurar sempre a unidade. Cada um é como é, mas procura viver em unidade. Jesus perdoou você? Perdoa todos. Jesus reza para que nós sejamos um, uma só coisa. E a Igreja tem grande necessidade desta oração de unidade”.
Unidade é graça não “cola”
Não existe, brincou o Papa, uma igreja mantida unida pela “cola”, porque a unidade que Jesus pede é uma graça de Deus e uma luta sobre a terra. É preciso, então, dar espaço ao Espírito para que cada um possa ser transformado.
“E outro conselho que Jesus deu nestes dias de despedida é permanecer n’Ele: ‘Permanecei em mim’ ‘. Ele pede esta graça, que todos nós permaneçamos n’Ele. E aqui nos indica por que, e diz claramente: ‘Pai, eu quero que aqueles que me destes, também eles estejam comigo onde eu estou’. Isto é, que eles permaneçam lá, comigo. O permanecer em Jesus, neste mundo, termina no permanecer com Ele ‘para que contemplem a minha glória’”.