Celebração Eucarística aconteceu após visita do Papa Francisco ao Santuário Santa Maria das Graças e ao Hospital de Padre Pio
Denise Claro
Da redação
O Papa Francisco esteve, na manhã deste sábado, 17, logo após a ida a Pietrelcina, em San Giovanni Rotondo. Esta é a terceira visita de um Pontífice à terra de Padre Pio, depois de João Paulo II em 1987 e Bento XVI em 2009, que na ocasião inaugurou a nova Igreja de São Pio.
O Santo Padre visitou o Santuário de Santa Maria das Graças, onde foi recebido pelo Ministro provincial dos Capuchinhos, Padre Maurizio Placentino, pelo Guardião, Padre Carlo Laborde e pelo Reitor, padre Francesco Dileo.
No Santuário, o Papa cumprimentou a comunidade religiosa dos Capuchinhos e venerou o corpo de São Pio de Pietrelcina e o Crucifixo dos Estigmas.
Em seguida, Francisco seguiu para o hospital Casa Sollievo della Sofferenza e visitou as crianças doentes do departamento de Oncohematologia pediátrica.
A Santa Missa foi celebrada na praça diante da Igreja. Na homilia, Francisco falou sobre três pontos: a oração, a pequenez, e a sabedoria.
O Papa afirmou que o evangelho do dia apresenta Jesus orante, que rezava espontaneamente, pois costumava se retirar para lugares desertos e se pôr em oração. Lembrou que os discípulos, vendo isso, pediu a Jesus que os ensinassem a rezar, e falou sobre a importância da oração:
“Se quisermos imitar Jesus, também vamos começar onde Ele começou, isto é, da oração.
Podemos nos perguntar: nós, cristãos, pedimos o suficiente? Muitas vezes, no momento da oração, muitas desculpas vêm à mente, tantas coisas urgentes a fazer … Às vezes, então, você deixa de lado a oração porque é tomada por um ativismo que não é inconclusivo quando você esquece “a melhor parte”, quando esquecemos que, sem ele, não podemos fazer nada. São Pio, cinquenta anos depois de sua partida no céu, nos ajuda, porque ele queria nos deixar a oração.”
O Papa reforçou que a oração deve começar com o louvor, e não com pedidos.
“Nós não conhecemos o Pai sem nos abrir para louvar, sem dedicar tempo a Ele sozinho, sem adorar. É o contato pessoal, cara a cara, estar em silêncio diante do Senhor, o segredo para entrar cada vez mais em comunhão com ele. A oração pode nascer como um pedido, mesmo de pronta intervenção, mas maduro em louvor e adoração. (…) E então, em um diálogo livre e confiante, a oração é encarregada de toda a vida e traz isso diante de Deus.”
Francisco frisou que não se deve recorrer a Deus somente quando se precisa:
“Nossas orações se parecem com a de Jesus ou são reduzidas a chamadas ocasionais de emergência? Ou queremos dizer que eles são tranquilizantes para serem tomados em doses regulares, para aliviar o estresse? Não, a oração é um gesto de amor, é estar com Deus e trazer-lhe a vida do mundo: é uma obra indispensável de misericórdia espiritual. E se não confiarmos os irmãos, as situações para o Senhor, quem o fará? Quem intercederá, quem incomodará tocar o coração de Deus para abrir a porta da misericórdia para a humanidade carente? É por isso que Padre Pio nos deixou nos grupos de oração. Ele disse a eles: “É a oração, essa força unida de todas as almas boas, que move o mundo, que renova consciências, […] que cura os doentes, que santifica o trabalho, o que eleva os cuidados de saúde, que dá força moral […], que difunde o sorriso e bênção de Deus em toda languidez e fraqueza “.”
O segundo ponto sobre o qual o Papa falou foi a pequenez.
“Quem são os pequeninos, que sabem como acolher os segredos de Deus? Os pequeninos são aqueles que precisam do grande, que não são auto-suficientes, que não pensam que são auto-suficientes. Pequenos são aqueles que têm um coração ameno e aberto, pobres e necessitados, que sentem a necessidade de orar, confiar e acompanhar. O coração desses pequeninos é como uma antena, que captura o sinal de Deus. Porque Deus busca contato com todos, mas quem cresce cria uma enorme interferência: quando está cheio de si mesmo, não há lugar para Deus.”
Por fim, o Papa falou sobre a sabedoria, dizendo ser preciso saber procurar Deus onde ele está.
“Aqui há um santuário especial onde Ele está presente, porque há muitos pequenos preferidos por Ele. São Pio chamou de “um templo de oração e ciência”, onde todos são chamados a ser “reservas de amor” para os outros: é a Casa do Alívio do Sofrimento. No doente se encontra Jesus, e no cuidado amoroso daqueles que se dobram sobre as feridas do vizinho, há o caminho para encontrá-lo. Quem cuida das crianças está do lado de Deus e contra a cultura do lixo, que, pelo contrário, prefere os poderosos e considera inúteis os pobres. Os que preferem os pequeninos proclamam profecia da vida contra os profetas da morte de todos os tempos.”
Francisco ressaltou que a verdadeira sabedoria não reside em ter grandes qualidades e a verdadeira força não está no poder. “Aqueles que se mostram fortes e aqueles que respondem ao mal com o mal não são sábios. A única arma sábia e invencível é a caridade animada pela fé, porque tem o poder de desarmar as forças do mal.”
Por fim, o Papa lembrou que Padre Pio assim viveu e lutou contra o mal ao longo de sua vida, com sabedoria, como o Senhor: com humildade, com obediência, com a cruz, oferecendo dor por amor.
“São Pio ofereceu a sua vida e inúmeros sofrimentos para fazer com que os irmãos conhecessem o Senhor. E o meio decisivo para encontrá-lo foi a confissão, o sacramento da reconciliação. Padre Pio era um apóstolo do confessionário. Também hoje convidamos-nos para lá. “Venha, o Senhor está esperando por você. Coragem, não existe uma razão tão grave que te exclua da Sua misericórdia “.