O Papa Bento XVI recordou nesta quarta-feira, 26, a memória de Paulo VI, destacando que este Papa guiou a Igreja "com realismo e otimismo evangélico", um homem da "civilização do amor, convencido que a caridade evangélica constitui o elemento indispensável para construir uma fraternidade universal autêntica".
Na Sala dos Suíços do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, Bento XVI assistiu a um concerto por ocasião dos 110 anos de nascimento de Paulo VI, uma ocasião para recordar "um Papa ilustre que prestou à Igreja e ao mundo um serviço precioso em tempos nada fáceis e em condições sociais caracterizadas por mudanças culturais e religiosas profundas".
"Prestamos homenagem ao espírito de sabedoria evangélica com a qual este meu amado predecessor soube guiar a Igreja durante e depois do Concilio Vaticano II. Ele percebeu, com intuição profética, as esperanças e as inquietações dos homens daquela época, esforçou-se no sentido de valorizar as suas esperanças positivas procurando iluminá-las com a luz da verdade e do amor de Cristo, único Redentor da humanidade", disse.
"O amor pela humanidade com os seus progressos, as descobertas maravilhosas, as vantagens e facilitações da ciência e da técnica – salientou depois Bento XVI – não impediram Paulo VI de pôr em evidencia as contradições, os erros e os riscos de um progresso cientifico e tecnológico desligado de uma referência sólida a valores éticos e espirituais".
Bento XVI defendeu que o ensinamento de Paulo VI "continua a ser atual, ainda hoje, e constitui uma fonte para melhor compreender os textos conciliares e analisar os acontecimentos eclesiais que caracterizaram a segunda parte" do século passado.
"Rezemos para que o seu exemplo e os seus ensinamentos sejam para nós encorajamento e estímulo a amar cada vez mais Cristo e a Igreja animados por aquela esperança indómita que sustentou Paulo VI até ao fim da sua vida", concluiu Bento XVI.