Sacerdote abriu as pregações do terceiro dia do Acampamento PHN 2024; Dia começou com rosário e Adoração ao Santíssimo Sacramento
Julia Beck
Da redação
Com o tema “A luz foi impressa em nós” — frase célebre atribuída a São Tomás de Aquino, padre Paulo Ricardo abriu as pregações do terceiro dia do Acampamento PHN 2024. Anteriormente, os jovens rezaram o rosário com o Frei Gilson e viveram um momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento.
“Sonhar”. Este ato permeou a reflexão do sacerdote. Primeiramente, ele afirmou: “O jovem já não tem mais sonhos porque suas almas estão aprisionadas”. Padre Paulo frisou que os jovens costumavam sonhar e que este ato é uma manifestação espiritual. “Um animal já é tudo o que precisa ser porque ele não tem alma, por isso não tem um sonho ou projeto de vida”, complementou.
Segundo o presbítero, a manifestação mais clara de que o jovem tem alma é o fato de ele ter um sonho, um projeto de futuro, um “para onde”. “Era assim que os jovens nos enchiam de vida. Os mais velhos ficavam entusiasmados ao encontrar com os jovens porque eles tinham sonhos”, recordou.
Celular: uma droga quando mal utilizado
O celular é uma “droga” que está “consumindo a alma dos jovens”, de acordo com o sacerdote. “Não estou pedindo para você jogar fora ou deixar de usar, mas quero que você saiba o que ele está fazendo com você”, alertou.
O sacerdote recordou que tem um apostolado na internet e que faz uso das redes sociais. No entanto, explicou que seu objetivo é tirar as pessoas da internet. “Não é um discurso hipócrita”, fez questão de destacar. E apontou que o grande problema está na forma como o celular vem sendo utilizado.
“As grandes plataformas digitais aprenderam como escravizar as pessoas por meio de informações rápidas”. Padre Paulo disse que a experiência de ficar um hora ou mais assistindo a vídeos curtos e “divertidos” geram dopamina, um neurotransmissor que o seu cérebro fabrica. “Ela em excesso é o problema”, constatou. “Ela é feita para a caça. Ela é gerada assim que você encontra algo de que gosta”.
“Quando você sai do celular, fica desanimado, como se ele tivesse sugado a sua alma. Depois de tanta dopamina, seu cérebro deprime. (…) Dopamina é igual uma droga, precisamos de uma dose cada vez maior à medida do tempo”.
Consequências do vício
Ao contrair o hábito contínuo de obter informações rápidas por meio do celular, o presbítero alertou para o vício da pornografia, que pode ser uma consequência dessa busca pela sensação gerada pela dopamina. “Pornografia é uma experiência cerebral”, alertou.
Padre Paulo assegurou que quem está nas drogas não tem semana que vem, ano que vem, porque o cérebro está aprisionado na recompensa imediata.
Futuro
“Meu futuro é o céu e ninguém pode tirar ele de mim a não ser eu mesmo”, disse o sacerdote. Recordou, então, a música cantada antes do início da pregação — Convívio dos Eleitos, do cantor Juninho Cassimiro, em que os jovens afirmaram: “Eu sonho com o céu a todo tempo”. O presbítero desejou que “os anjos digam amém” e que a juventude presente na sede da Comunidade Canção Nova possa sair do PHN 2024 sonhando com o céu.
Padre Paulo enfatizou que “o cristão é sempre jovem”. “O velho não sonha porque ele já não tem mais futuro, já o jovem tem futuro, projeto. O cristão é sempre jovem, porque, mesmo mais velho, sabe que a vida só começou, porque ele tem a eternidade. A alegria e a felicidade com Deus só começou”.
Sair do celular e buscar a Deus
Aos jovens, o sacerdote pediu que aprendam a se divertir sem o celular. “Façam experiências, aventuras… busquem Deus”, provocou.
Por fim, Padre Paulo pontuou outras consequências do uso excessivo do celular: tristeza, ansiedade, depressão, pensamentos suicidas, impotência sexual. Padre Paulo frisou que esses males surgem principalmente em quem já tem uma “tendência genética” a este tipo de doença ou sentimento.
“Desligar o celular para ir para o céu”, incentivou. “O celular pode servir muito, mas está nos adoecendo (…). Jesus quer falar com você, Ele está com saudade de você. Ele é a recompensa não imediata, mas eterna”.